https://follow.it/quepenatenho

sábado, 26 de dezembro de 2020

Saudade? Novo Ano está a chegar




 Isso é o que diz Joe Dassin, mas nem sempre é assim.

O mundo muda dependendo de como tiver sido o teu mundo ou o mundo que sonháste.

Se  duas partes formavam um todo desejado do mundo sonhado e uma delas parte sem sentido, então o teu mundo muda e de que maneira ! Tentas, mas ele não é esquecido.

Sofres porque não sofres de amnésia. És  dominado pela saudade. Porque para ti um ano, uma semana ou um mês, é uma eternidade. 

Ausentas-te da realidade, imerges no mundo do mundo sonhado e passas a andar desfadado porque não encontras o norte.

Maquinalmente discas, interrompes porque realizas que do outro lado não há ninguém.

Caminhas sem tino, sem destino, talvez até  ao cais; por sorte o barquinho aporte para te levar.

O meu conselho é de aproveitares os dias de sol, para te iluminar e a lua para dar brilho ao teu ser, matutar sobre a importância dos astros na Vida e compreenderes a perfeição da  Natureza. 

E perceberás que só o facto de sonhar é um dom que nem todos possuem. É a tua vitória. BOM ANO NOVO


https://www.youtube.com/watch?v=h0g3Iy1U4Eo

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Turismo nas Smart Cities

 


O surgimento da 5G – a mais avançada geração tecnológica móvel vai  aperfeiçoar e finalizar as cidades inteligentes em curso, e propiciar a construção de outras.

Vistas como modelos de organização urbana, em termos de recursos, vias de circulação,  locomoção de pessoas a pé, de bicicleta ou em meios de transporte individuais e colectivos sem condutor, auto-suficientes em energia limpa, desperdício zero, algumas cidades inteligentes albergam as sedes de companhias internacionais. E outras dispõem ou projectam hotéis.

A IdC que autonomiza o funcionamento de equipamentos com uma eficiente gestão rigorosamente calculada, faz-nos questionar se em 2025 a TAP necessita de pilotos, assistentes de bordo e de terra. De facto, sob as expectativas do advento da 5ª geração Tech , muitas empresas vão se reestruturar. E teremos do outro lado, os políticos a lamentarem-se o elevado índice de desemprego.

A vida nestas cidades representa o expoente máximo da ditadura da tecnologia .

(Jasminsoftware.com)


Os Robot-Public-Cleaners não se deparam com os có-cós nos espaços públicos, simplesmente porque os animais de estimação serão os RoboPets ou os TechPet residentes nos telemóveis , cujas acrobacias resultantes de estímulos, são o delírio dos seus donos  e Socializing Teasers.

Há gostos para tudo, e estas cidades terão o seu Mercado Turístico – denominação tendente a ser substituída por “Mobilidade Emocional Humana”- . Um segmento será o tecnológico cujo objectivo de visita é estudar presencialmente a Competência Tecnológica Concorrente.  Outro segmento será o GRAB ou Ostensivo  – o tal que, actualmente relata as suas viagens como privilegiado que escolheu o cruzeiro que lhe oferecia NON STOP FOOD e Um “CRIADO” para cada mesa. "Valeu a pena ter pago 500 contos". Quando ficar no hotel em que um robot lhe dá as boas vindas e fala a sua língua, vai relatar “bastou-me atravessar um raio laser para aparecer um veiculo individual, sem ninguém a guiar, mas que me explicava, na minha lingua,  todo o trajecto da cidade de Mazdar. Era mais simpático do que algumas pessoas."

(Voltando às origens)

Ainda são poucos os exemplos, mas já há restaurantes que incutem nos seus funcionários a consciencialização para a recuperação e reutilização. Cada cozinheiro tem um recipiente transparente onde deposita os desperdícios. No fim do dia é pesado, contabilizado e inserido num programa de computador. Além de um elemento de gestão é também o elemento essencial para a reinvenção e criatividade.

Preferencialmente as escolhas recaem em produtores locais, produtos autóctones, que se apresentem na sua forma original, sem plásticos nem embalagens e ecológicos.

A busca de tradições em aldeias e vilas com identidade e características singulares continuará a aumentar, mas por turistas cada vez mais conscientes do valor da Natureza.



sábado, 26 de setembro de 2020

Como vês o futuro deste País no Turismo

 

Ou

Terá o turista pós-covid um outro perfil?

 


Fizeram-me esta pergunta, para a  qual não tenho a resposta científica de que os estudiosos são capazes: apenas suposições baseadas em percepções e interpretações pessoais do que observo.

 

Demorará tempo a que a contribuição das receitas da actividade turística atinja o patamar de 2019 (8,7%  do PIB e 6,9% no emprego); a erradicação definitiva da pandemia permitirá aos players estabelecer  metas e objectivos.

Até lá os países apelam aos seus compatriotas para que descubram o seu próprio país.  A maior fatia de turismo é o doméstico e o de proximidade; e em Portugal isso aconteceu durante esta época que está a terminar.

 O mercado medirá a atractividade de um destino pelos critérios Segurança, Saúde e assistência médica, Credibilidade, Sustentabilidade ambiental   e Preço.



A forma de viajar vai mudar.  

Viagens sustentáveis estão no topo da agenda.  

* Airbus revelou que em 2035 o projecto turbofan estará concluído, cuja tecnologia e configurações aerodinâmicas permitira às aeronaves voarem com energia limpa com emissões zero.

* Aumentará a preferência pelo comboio em detrimento do carro e do avião:  menor tempo nos procedimentos de check-In e check-out; possibilidade de levar mais bagagem em comparação com as companhias low cost; emissões nulas para a atmosfera; poder circular de uma carruagem a outra, inclusivamente poder tomar uma refeição ou um drink e conhecer pessoas.

Os meios de alojamento preferidos serão os self-catering nas zonas periféricas dos centros urbanos.

Os hotéis adaptar-se-ão à necessidade de transmitir confiança e segurança, implantando tuneis de descontaminação para empregados e clientes dos pés à cabeça.

O Hostel é uma filosofia de alojamento que agora nos remete para uma dúvida existencial, dado que  são estruturas cuja rentabilidade era calculada por um expectável  alto grau de socialização inter-cultural em pequenos espaços. Beliches para 8 pessoas numa camarata com 30 m2, confraternização entre copos de cerveja, shots, fumo, gargalhadas, e consequente início de relações e relacionamentos são filmes  pré-covid.

 




Marcas fortes como Porto e Norte de Portugal, Golfe,  Surf, Aldeias de Xisto e Aldeias Históricas, têm que continuar a chegar ao mercado potencial.

Mas temos que ter em atenção  que continuará a haver uma feroz concorrência de destinos internacionais que tentam seduzir o turista com preços baixos, irrealistas e economicamente  irresponsáveis.

Por último, as autarquias , em especial as de territórios de baixa densidade, têm que perceber que é necessário criar ou adaptar infra-estruras e assegurar a manutenção da oferta às movimentações turísticas, sem a destruição de autenticidade e a identidade que a imitação origina; antes elevando-as pela diferença.

O perfil de turista será o que procura o autêntico, a experiência cultural, gastronómica,recreativa em meio natural.

 

 

sábado, 12 de setembro de 2020

Coisas que só o coração compreende ou crónica do maldizer

 

Coisas que só o coração compreende ou crónica do maldizer

Catarina  era uma catraia filha de gente normal e humilde que ganhava o sustento com o que os rios davam.

Lá ia descalça para a escola, com a sua malinha de cartão, subindo e descendo a ladeira alegremente.

Mal regressava da escola, Catarina  ia  para junto da água. Cada dia que passava achava que a sua imagem que a água reflectia  era cada vez mais bela. Aí construía os seus sonhos: ter namorados lindos, ser rica.



O seu primeiro  namorado foi um miúdo da mesma escola, que gostava de pregar partidas, era traquinas e ficou conhecido como o Zé Matreiro. Foi ele que uns anitos mais tarde lhe abriu o caminho para a vida. E ela gostou.

Pouco estudou, mas aprendeu a insinuar-se. Foi a cobiça de muitos pretendentes proeminentes. Muitos a usaram como se fosse uma rameira: O Luis, o Herculano, o Sebastião, o Chagas o Alexandre, o Fernando, o Passos, o Vasco, o Godinho, e tantos outros que a colocaram nas bocas do mundo.

No meio de tanta volúpia e êxito na socialite, regressou mentalmente aos tempos de menina e colocou ao peito, bem junto ao coraçao o retrato do seu grande amor: O Zé Matreiro. E os que lhe deram a mão, que a elevaram socialmente não gostaram, porque não compreenderam que o coração tem razões que a razão desconhece.

Viagem no tempo

sábado, 22 de agosto de 2020

Rosas d'Agosto


Para se escrever sobre flores é necessário ter, pelo menos, uma das seguintes características: 

Ser conhecedor; 

Ser sensível à ordem das coisas da Natureza; 

Ser poeta;  

Esta roseira, desenvolvida após plantação em vaso de uma haste condenada a ir para o lixo numa loja de flores, floresce várias vezes ao ano, mas em Agosto?, creio que é a primeira vez. 


Dando as boas vindas aos clientes e visitantes de O café da Praça, esta roseira apresenta-se de várias formas e tons ao longo do ano. Já deu rosas de várias cores: brancas como que transmitindo aos clientes um local de Paz. 

Amareladas, dando a ideia de Alegria e Juventude independentemente da idade. 

Estas, de Agosto, são cor-de-rosa, indiciando Ternura e Romantismo - apanágio de Constância. 

Diz-se que as flores são para os mortos, porém elas são o veiculo de transmissão de sentimentos e emoções a outrem: amor, respeito, carinho, romance.  

As rosas de O café da Praça aí permanecem enquanto quiserem, dando a inspiração a todas as formas de expressão sentimental dos visitantes. Os doces conventuais concretizam-na. 



quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Bonito. E agora?


É digna de reconhecimento  a mudança ocorrida em muitas vilas e cidades não  só do litoral como, principalmente, do interior deste belo Portugal,  que foram alvo de requalificação.

A modernização decorrente da mudança que a Europa patrocinou, teve como objectivo primeiro a criação de acessibilidades, a criação de condições para a circulação de pessoas, retirando o grande trânsito dos centros urbanos, a implantação de espaços verdes para os cidadãos usufruírem, a construção de equipamentos para a saúde e bem-estar.

Algumas autarquias aproveitaram para implantarem outras estruturas, não só para os seus residentes, como também para os visitantes: piscinas, centros náuticos, parques de campismo, espaços de lazer e usufruição, etc.


Como  a cavalo dado não se olha o dente,  os autarcas aproveitaram as comparticipações financeiras para investirem nessas estruturas, sem uma análise profunda (aparentemente) da sua rentabilidade e, no mínimo, na forma de captar entradas de dinheiro para custear a sua  imprescindível manutenção.

Com o novo visual dos seus territórios, as autarquias levaram ao “mercado” as suas noivas” para arranjarem pretendentes ao investimento; sempre eram mais uns trocos que vinham em taxas e licenças. Se havia apetência ou vocação dos territórios, não era problema seu. Os autarcas têm uma vantagem: não são gestores de negócios privados.

A opção encontrada foi concederem a terceiros a exploração dos espaços que implantaram com dinheiros da comunidade: hotéis, parques de campismo, centros de actividades.

Este é o caminho a seguir, mas de uma forma realista: as autarquias não são agentes económicos nem imobiliários. Não podem abrir concursos com valores que ultrapassem os custos de manutenção dos espaços, aliás devem oferecer alguns incentivos mediante objectivos, porque fica garantida a durabilidade das estruturas. Se as autarquias colocam encargos irrealistas, conseguem atrair  noivos que consumam o casamento que  rapidamente se transforma em divórcio.




domingo, 19 de julho de 2020

Admirável Mundo Novo do Turismo

Após o período de confinamento obrigatório quase simultâneo numa infinidade de países, durante o qual a actividade económica se reduziu praticamente à movimentação de bens de primeira necessidade, esses mesmos países foram-se dando conta de que a economia deveria ser retomada, e, quase em uníssono, adoptando medidas semelhantes, foram reabrindo as actividades num ambiente mais seguro para pessoas e bens.

As medidas adoptadas para reduzirem o perigo de contagiar e de ser contagiado não diferem muito de país para país. Dois tipos de comportamento humano resultaram do período de confinamento:
 • A valorização do mundo à volta de si, espaço pessoal e familiar, numa adaptação conjunta a novos hábitos e eventual controlo nos consumos e uma consciencialização ambiental e cívica mais convicta. • O desejo desenfreado da evasão, como se de uma libertação se tratasse, com resultados diferentes: uns de contestação e, desobediência praticando actos desaconselhados, como que desafiando a autoridade e a legalidade das normas, e outros de pura evasão, com vincado desejo de viajar, mesmo sabendo que terão de conviver com a ameaça do Covid19 enquanto não surgir a vacina que o erradique.

• O turismo doméstico está em ascensão, visto por uns como um dever de solidariedade nacional e outros como acessibilidade económica e oportunidade de aprofundar os conhecimentos culturais dos seus países. A procura de informações do destinos e reservas cada vez mais online, os automatismos nos acessos aos edifícios cada vez mais através de aplicações. O que encontra então o turista neste novo mundo?
O mesmo património que, ao contrário de uma guerra tradicional a pandemia não destrói, e um comportamento humano quase autómato , diria impessoal, igual ao de onde veio, porque a máscara é isso mesmo: mascara a verdadeira personalidade e inibe a comunicação.
Os governos impõem comportamentos aos cidadãos. Uns aceitam, outros evitam, e ainda outros recusam.
Muitos dos que se habituaram às normas e as adoptam como uma coisa natural, diversificam a aparência como se fossem criadores de moda a proporem feitios, cores e tecidos de máscara, que se que fazem pandan com o “prêt-à-porter” feminino, masculino.

 Quem responde pelo incumprimento dos clientes? Os responsáveis pelo estabelecimento . Com que autoridade? Agora são polícias? Que podem eles fazer se o cliente não tem máscara nem a quer adquirir, se o cliente deita beatas para o chão (atenção à eficácia do decreto das beatas a partir de 3 de Setembro). Ele não pode aplicar coimas. E a policia está noutro lado. É triste impor a cidadania através de multas e repressão. Mas se calhar funciona melhor, à falta de (in) formação.
Este é o momento de fazer férias cá dentro.

domingo, 14 de junho de 2020

Que mania que tu tens


Tu, que em todos mandas, tudo ordenas,
Chantageias todos com a obrigação de protecção usar,
Impedindo  as feições de contentamento ou descontentamento de mostrar.
Não controlas contudo o desejo e o sentimento
Que brota de um olhar, de silêncios que falam e tudo dizem num curto momento, porque tu, minúsculo ser, não passas de um desprezível verme sem discernimento.



sexta-feira, 22 de maio de 2020

Segredos da Promoção Turistica



Afastado oficialmente, há bastantes anos, do “activo” da Promoção Turística Internacional, não significa que a ela tenha deixado de me dedicar no meu dia-a-dia profissional, numa dimensão obviamente relativizada.
Workshop nos anos 80

Desconheço é a forma utilizada hoje  para transmitir ao mercado potencial que o nosso empreendimento se enquadra e transmite os valores históricos, paisagísticos, gastronómicos, enfim todo o património material e imaterial , e respectivas acessibilidades que motivam a preferência pela nossa oferta.
A tecnologia faz muito bem esse papel, porque disponibiliza soluções sugestivas, intuitivas, que confirmam que uma imagem vale por 1000 palavras.
Será suficiente? Em temos de restrições de viagens, de “get-togethers” ao vivo, seminários, workshops, meetings online, sim, é de certeza o meio mais eficaz.
Mas há urgência em colocar o humanismo nas relações bilaterais no lugar que conquistou. Especialmente no turismo – o estilo de vida do conhecimento.
Tendo em linha de conta que este estilo de vida é responsável por astronómicos multiplicadores económicos, espera-se a comparticipação da economia mundial no desenvolvimento de antídotos que renovem a segurança, a vontade e o prazer de “turistar”.

Percursos na Natureza, Caminhos do Tejo
Trajecto Pedestre na Natureza, paralelo ao Tejo


segunda-feira, 13 de abril de 2020

Hotelaria e Restauração no Pós-Crise




Muitas nações irão considerar actual, e talvez transportem para a realidade o significado da célebre frase de J. F.  Kennedy: “Não perguntes o que é que o país pode fazer por ti; pergunta antes o que é que tu podes fazer pelo teu país”.

O sucesso só poderá ser alcançado se a promoção dos empreendimentos estiver em sintonia com as politicas publicas do destino no sentido de transmitir ao mercado confiança e segurança

Nenhum país pode ainda calcular o custo do combate à pandemia Covi19 .
Não podemos estranhar se vários governos pedirem aos cidadãos um sacrifício extra materializado numa taxa de solidariedade:
          Faça férias no seu país;
          Contribua com uma percentagem do subsídio de férias a que tem direito, para levantar a economia do seu país que foi devastada na assistência aos infectados com o Coronna vírus.
São medidas discutíveis, porque, se por um lado, melhoram as economias internas, por outro a economia fecha-se ao exterior.
Porém, tenhamos em consideração que não haverá estabilidade antes de a vacina indicada para erradicar o virús ser disponibilizada às populações. Vamos ter 2 ou 3 anos com períodos de instabilidade, decorrente da ameaça de repetições.

Ora, como a hotelaria e a restauração são actividades que dependem fortemente  da aviação comercial, a composição dos mercados estará condicionada ao desempenho daquelas que  vão sobreviver: primeiro por causa da redução ou interrupção de actividade  por tempo indeterminado e depois como consequência das condições para a retoma que forçosamente vai ter que respeitar imposições reguladoras de quota máxima de ocupação (os passageiros não podem ser transportados como sardinha em  lata). A capacidade será reduzida,  logo é necessário subir as tarifas aéreas para atingir o limiar de rentabilidade.


Nesta indefinição de mercado, as empresas hoteleiras e de restauração terão que viver com o mercado de proximidade, reconhecendo-lhe igual importância a qualquer outro. Mas note-se que o mercado interno não pode ser tido como mercado de recurso. Quanto a mim é o que deve ser mais valorizado e acarinhado:
Hotéis com mercado nacional e espanhol e os restaurantes com o mercado vizinho: regional e nacional, desde que sejam capazes de transmitir a diferença em relação à concorrência.
Porém, nada vai ser como dantes, e vejamos quais as empresas que se manterão (na posse dos mesmos ou na posse de novos titulares).

Da maneira como vejo as coisas antecipo mudanças radicais, por um lado em obediência a regulamentações que vão surgir e por outro na forma de exploração adequada à rentabilidade do empreendimento. Não é minha intenção (nem tenho a capacidade de)  influenciar designers, criativos, engenheiros nem empreendedores.
          Estabelecimentos acessíveis ao publico após passagem por uma cabine de detecção e eliminação de agentes contaminantes em roupa e calçado e vários pontos de higienização de mãos.
          Estabelecimentos dotados de guichets de atendimento.
          Popularidade no uso de aplicações móveis para interagir com clientes.
          Tendência a acabar com a prestação do serviço de pequeno almoço tal como o conhecemos.
          Aumento de área das zonas publicas onde serão implantados espaços self-service e espaços onde clientes poderão confeccionar as suas próprias refeições, e pequenas lojas gourmet ou mini mercados para eles se abastecerem.
          Maior frequência de conferências online, reduzirão a importância do até agora indispensável mercado dos congressos para hotéis de 4 e 5 estrelas.
·         Maior número de reservas directamente com o hotel e com agências de viagens em detrimento das agências online (OTA’s. )
          Tendência para que seja o cliente a definir a classificação dos empreendimentos e não a tutela; em vez de estrelas os hotéis novos apresentar-se-ão ao mercado como temáticos (histórico, natureza, gastronómico, rural, citadino, exclusivo...), maior informalidade e uma cada vez maior preferência pela hotelaria familiar por aqueles que procuram experiências genuínas.
·         Roupa de cama descartavel,
·         Túnel entre os vestiários dos empregados e a secção de trabalho com pontos de eliminação de odores e vestígios de agentes contaminantes.
·         Equipamento Pessoal de Protecção Anti-bacteriana.
·         Elevado índice de intervenção IOT (internet das coisas) na operacionalidade de utensílios: abrir portas, torneiras, etc.
·         Elevado recurso à robótica. 
      Um elevado grau de conhecimentos tecnológicos será exigido não só aos gestores como também aos que processam toda a operação hoteleira.

    

terça-feira, 7 de abril de 2020

Constância - A Terra das 4 Pontes




As frequentes cheias do Tejo e do Zêzere impediam a circulação de carroças e de animais na única via de circulação – a Estrada do Campo.
A Ponte de Santo Antoninho Foi mandada construir por D. João VI, em 1825 “para utilidade pública”, enquanto  se abria a então chamada Estrada Nova, a ligar Punhete (actual Constância) à vizinha vila de Abrantes.
Hoje, a Ponte de Santo Antoninho tem a classificação de Conjunto de Interesse Público.
(Imagem retirada do portal da CMC)

A ponte que une os concelhos de Vila Nova da Barquinha ao sul do concelho de Constância foi  construída sobre o Tejo em 1861. Rapidamente foi substituída entre 1887 e 1890 sob a responsabilidade da Casa Eiffel. Por ela passa o comboio e, após reabilitação e adaptação, serve o trânsito rodoviário desde 1988.


O senso comum da época antecipou a ineficácia da barca que atravessava o Zêzere pela sua impetuosidade de inverno e previu a necessidade de tornar Constância (nova designação desde 1836) acessível ao viajante mais abastado, que, num futuro não muito distante, se deslocaria em automóvel à procura de uma terra como esta para descansar e ganhar novo fôlego tal como faziam fidalgos, reis e rainhas.
Construída em ferro sobre pilares de alvenaria, com 23 metros de altura,  a ponte foi inaugurada em 1892

O continuo aumento de tráfego rodoviário foi aberto ao trânsito, em 1995, o IP6 (agora A23), o que implicou a construção de uma nova ponte, em betão, poucas centenas de metros a montante.


A Ponte entre o passado e o futuro
A melhoria das vias de circulação está intimamente ligada ao desenvolvimento económico-social dos povos e à necessidade de evasão por múltiplos motivos, sendo a aculturação um deles.

A importância da posição estratégica de Constância no aspecto comercial e militar, como porta de entrada de mercadorias e pessoas de e para Lisboa, mereceu a recuperação do antigo castelo de Punhete pelos Templários, adquirido no seculo XVI por D. Joao de Sande que o transformou num palácio renascentista.
Nele se hospedou D. Sebastião em 1571, dando o foral à Vila de Punhete antes de se perder em Alcácer-Quibir. Também nos  anexos do palácio, na chamada Casa dos Arcos se teria recolhido Luis de Camões que tinha sido deportado.
Cultura e Turismo é um fenómeno que atravessa pontes, do Passado para o Futuro, passando pelo Presente.
Tanto para ver se por cá ficar uns dias

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Por um menor desemprego

Como é que o Estado pode reduzir em 9276 o número de desempregados


Esta crise provocada pelo vírus Covi 19 vai deixar inúmeras e irreparáveis consequências  na sociedade  e na economia, umas positivas e outras negativas.
Positivas:
- O ser humano apercebe-se da sua impotência e incapacidade para lidar com um inimigo invisível, reconhecendo a sua humildade perante a Natureza e a Ordem das Coisas.
- Vai deixar de ser tão consumista, será mais responsável nos seus comportamentos, dando maior importância ao Ambiente e aos Recursos Naturais.
- Vai perder muitos vícios e gerir os hábitos
Negativas:
- A economia praticamente que parou, lançando para o desemprego milhares de pessoas a nível nacional.
- Quando a retoma da economia acontecer, com a entrada em funcionamento de todas as actividades que subsistirem, vai ser de uma forma muito lenta, devendo atingir os níveis parecidos ao período antes da crise, daqui a 2 ou 3 anos.
Com uma maior consciencialização social adquirida durante a confinação, o consumo de bens não essenciais vai ser diferente, muito inferior, reflectindo-se num menor desempenho das economias locais.
O Governo pode contribuir para reduzir o número de desempregados se for dada a Pensão de Reforma sem penalização às 3 pessoas mais velhas de cada freguesia do País que tenham mais de 40 anos de descontos e 60 de idade. Um total de 9276 pessoas.
               
Luis Goncalves


A normalização da economia portuguesa debilitada pela crise mundial consegue-se consciencializando-nos que devemos comprar o que é nosso, nomeadamente a nivel de férias e shortbreaks. Sugerimos as zonas de interior como Constância 

sábado, 28 de março de 2020

Futuro da Hotelaria


Antes do fim de 2019 eu li num meio qualquer de comunicação social uma noticia que previa uma crise financeira internacional mais grave e mais duradoura do que a de 2008.
 Também no final do mesmo ano ou principio deste, uma destacada personagem europeia na cena financeira internacional afirmava numa entrevista a um jornal espanhol que o grande problema da Europa era ter cada vez mais pensionistas com uma crescente esperança de vida, e que cabia a cada estado encontrar a solução.
Ontem abri uma ligação Twitter para uma entrevista do Governador de um Estado norte-americano na qual afirmava que se alguém entre a população mais idosa quisesse morrer voluntariamente, estava a ajudar a economia.
Parece até que a pandemia é uma resposta aos problemas elencados por aquelas personalidades. O problema é que o vírus que a provoca tanto entra no rico como no pobre, com efeitos devastadores.

E o sector de hotelaria?
Na tentativa de reinventar, seguindo de algum modo as tendência de Turismo, novas fórmulas de alojamento foram surgindo, proporcionando ao turista a experienciação de algo novo dentro de um conceito de  informalidade.
Este fenómeno que apareceu muito rapidamente, coincidiu com clima de alteração social e de segurança de outros países, o que tornou Portugal um relevante destino turístico alternativo, com crescimentos anuais de entradas e de dormidas muito importantes.
Esta realidade atraiu investidores, pequenos e grandes, que viram na actividade de alojamento em hotelaria convencional e AL uma grande oportunidade de negócio e de alguma especulação, em certa opinião pública.
E o que se segue?
Uma inglória batalha em todo o mundo contra um micro-organismo que causa pânico, ansiedade, que faz parar movimentações, aumentando implacavelmente as dificuldades em cada dia que passa, para grandes e pequenos. Quem se safa? Quem se vai aguentar? Os grandes ou os pequenos? Costuma-se dizer que quanto maior é a nau, mais grande a tormenta.

Em 1974 toda a hotelaria nacional entrou em crise por causa da alteração política. Mas o Estado ajudou os hotéis e outras categorias de alojamento de qualquer dimensão através do IARN, no realojamento de cidadãos das ex-colónias que se tornaram independentes.
Será que voluntariamente alguns hotéis transformarão provisoriamente algumas áreas em alojamentos hospitalares, não só como resposta à urgente necessidade, mas também como forma de se manterem em funcionamento mediante subsídios retributivos do Estado?
Já sobre os AL’s não recairá essa opção do Estado, porque a logística exige uma determinada dimensão e panóplia de serviços.
No fim, uma coisa é certa. Muitos negócios de oportunidade vão ser feitos por quem puder; muita mudança de propriedade vai acontecer; não só em hotelaria.



quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Conversas superficiais de café




Uma sensação de um ligeiro vazio não só orgânico mas também emotivo fez-me parar naquele café, cujas três colunas visíveis do exterior  que sustentavam um alpendre me despertaram a atenção.
Além da vontade de saciar o apetite, queria ouvir coisas que me emocionassem, temas novos para mim.
“Está cá um frio…” foi o cumprimento que o funcionário me fez à chegada.
(Discutir a chuva, o sol, o bom tempo, nada tem de genial).
- É  tempo dele… Olhe, uma sandezinha arranja-se?
- Sim….
A minha mente viu uma semelhança do café que inspirou Joe Dassin para cantar a Praça Stanislav em Nancy, que deve o seu nome ao ex-rei da Polónia Estanislau nomeado Duque da Lorena por Luis XV.

 Esse era o ponto de encontro de políticos e “rendez-vous” de namorados. Neste, onde estou agora, reúnem-se grupos heterogéneos que falam de trivialidades.
Resultado de imagem para le café des trois colombes
(Imagem retirada de Google)

Na mesa do centro comenta-se:
Já viste o poder da internet? Bastou a publicação de 2 ou 3 vídeos e algumas imagens das cheias que 2 chavalos publicaram, para que 50% das reservas nos hotéis em Veneza fossem canceladas. Já viste o prejuízo? . Isto tem cá um poder! … e é um perigo… sabe-se tudo uns dos outros.
Já ouvi falar que as coisas andam sozinhas, pensam e falam, que qualquer dia o homem é meio-humano e meio robot, que já se come comida feita com impressora 3D e que uma das profissões de futuro será o de psicólogo de robots ou fiel de armazém de reciclagem robótica.
…..
Na mesa junto à coluna do centro ouvia-se:
 Já não serão as políticas nacionais a determinar o desenvolvimento das regiões, mas sim grandes empresas anónimas (Google, Apple, Facebook, Amazon,  Alibaba, Visa, AT&T e outros que surgirão, chamarão a si as atenções e os interesses); estas concorrerão entre elas na tentativa de concentração de capitais e de poder ao lado do poder ideológico político na disputa comum pelo domínio das grandes massas.
….

Da mesa junto à coluna da direita:
- Sabes como é que apareceu a doença das vacas loucas? Quando elas pastavam livremente, e comiam feno, ruminavam. Agora, alimentadas com rações porque interessa um crescimento rápido para renderem dinheiro o mais cedo possível, elas não ruminam. Li que havia vacarias com musica para aliviar o stress das vacas..
- E sabes que a solução para movimentar dinheiro e desenvolver a economia local é pelo consumo. Antigamente não havia fiscalização. O Estado controlava por meio de pagamentos contributivos mínimos.
Com a abolição dos mínimos, quadruplicou o numero de funcionários públicos; cada consumidor trabalha gratuitamente para o estado, e as acções inspectivas continuam.
Em 1969 havia 200.000 funcionários públicos. Em 2018, sem que o território tivesse aumentado, nem a população tivesse também sofrido grandes alterações, e com muito mais tecnologia, são 669000, sendo que, destes, 516000 estão na Administração Central. Ora, criando rendimento, cria-se consumo.


Na mesa do canto direito desenham-se soluções para o desenvolvimento económico de uma pequena terra no interior do país:
- Olha que o que está em alta é o Turismo.  E esta pequena vila ficava a ganhar se tivesse um hotel; trazia muitos forasteiros.
- Pois, mas aqui ao lado já há muita concorrência e o turista é andarilho…
- Cá para mim é a indústria. Não é afectada por convulsões politicas externas, por greves de pilotos, por greves de pessoal de carga…
- O que eu noto é que já há muita indústria e poucos recursos humanos qualificados e disponíveis para trabalhar. Uma universidade de Ensino Tecnico e Tecnologico, com residência estudantil garantia o desenvolvimento de produtos locais, comercio e de serviços, atraia os seus familiares e, depois de formados, resolviam a questão da falta de mão-de-obra.
Lá ao cantinho , um rapaz e uma rapariga, mexendo avidamente no telemóvel, mascando umas pastilhas, comentam:
“Meu, o Insta é fenomenal. Viste a imagem que te mandei? Este tipo é bué bacano”. Pespegam um solaçoso beijo e voltam ao mundo virtual.
E eu, ao balcão:
- Diga-me, o senhor esteve na Suiça ou em França?
- Em França, no Leste, em Nancy. De lá trouxe a vontade de ter um Café em Portugal.