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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Simbolo de Constância da constância de viver

Se existisse um símbolo da constância de viver em Constância, esse símbolo seria a Bela Sombra (Phytolacca Dioica).
Esta árvore, plantada em 1988 junto à confluência do Zêzere com o Tejo, ràpidamente atingiu uma altura gigantesca superior a 12 metros. Sob a sombra de seus ramos frondosos nascidos de um unico tronco com um perímetro superior a 4 metros, muitas crianças brincaram, alguns piqueniques se fizeram, muitos beijos selaram sentimentos, muitos juramentos jurados.
Até 2011, assim foi. Mas o peso da sua ramagem fez a árvore rachar ao meio. Zona de ventanias, o perigo era eminente. Teve que ser cortada pelo tronco.
Teimosa e constante, ràpidamente a árvore reinvindicou o seu direito à vida, estendeu as suas raízes e novos rebentos brotaram e cresceram livremente, como mostra a imagem, como que um hino à vida.




Devido à localização estratégica e à rede de barcas para transportar pessoas e mercadorias, Constância foi, e é ( hoje por motivos diferentes), uma confluência de rios e de pessoas. Não só mercadores como também figuras destacadas do Reino. E Constância sabia receber, e por isso foi recompensada.
* Luis de Camões escreveu aqui grande parte da sua obra durante o desterro entre 1546 e 1547. Da janela com grades do cubículo que ocupava na Casa dos Arcos, via o Tejo e imaginava as Ninfas. E cantou-o; e o "Zânzere" também foi enaltecido.
* O rei Dom Sebastião aqui permaneceu mais de um ano para se proteger da peste que assolava Lisboa. Os ares dos rios e a assistência do moderno Hospital da Irmandade da Misericordia de Punhete (denominação de Constância na época) construido junto à Ermida de São Sebastião, restauraram o vigor e a vontade do jovem rei de alargar o Império de Portugal. Antes de partir, conferiu em 1571 o foral de vila ao (até então) lugar de Punhete, passando a ser judicial e administrativamente autónoma face a Abrantes.

* Eram muito frequentes as viagens da Rainha D. Maria II - a Educadora, e o seu marido o rei consorte Dom Fernando, não só para descansar e passar longas temporadas, como também para despachar assuntos de Estado com o ministro do reino - Passos Manuel- que aqui passou a residir por ter casado com a fidalga D. Gervásia Falcão.
Nascido na Austria, país banhado pelo lago Constance, juntamente com Alemanha e Luxemburgo,
Dom Fernando Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, era uma pessoa apaixonada pelas artes.
A confluência do Zêzere com o Tejo, sem obstáculos nem fábricas, era um paraíso que lhe fazia lembrar a vila alemã Konstanz, banhada pelo lago Constance.
Defendo que esta versão romântica ajuda a compreender a razão da escolha da denominação "Notável Vila da Constância" por decreto real de 7 de Dezembro de 1836.
A Dom Fernando se deve a fundação da Fábrica de Faiança Constância nas Janelas Verdes em Lisboa, também em 1836.

* Destacadas figuras da sociedade contemporânea, como Vasco de Lima Couto, Alexandre O'Neil, Baptista-Bastos, sem esquecer o promotor de encontros culturais José Ramoa - o Zé Brasileiro Português de Braga - deixaram aqui as suas marcas e património também.

A retoma dos hábitos de viajar para ver novas realidades, conhecer novos mundos, para provar outros sabores, actividades de lazer, sentir a adrenalina da diferença está próxima. Basta querermos manter a constância de viver.

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