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segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Turismo nos territórios de baixa densidade


Poderá existir ligação entre a falta de disponibilidade de profissionais de turismo para

trabalhar nas várias áreas (hotelaria, restauração, artesanato) e o aumento da oferta de

AL'S em territórios do interior.

É perceptível a preferência do turista consciente que, além da segurança, procura a

sustentabilidade, por localidades mais rurais, mas nem por isso menos atractivas do que

centros urbanos com mais património edificado.

Esta realidade não põe em causa outras motivações e destinos tradicionais, como o Sol e

Praia, Golfe, Shopping, Mice. As assimetrias regionais estão a diluir-se, mas as assimetrias

sazonais são de diluição mais difícil. Aliás, no interior nota-se um desiquilíbrio entre o

verão e o inverno mas, essencialmente, entre os dias úteis e os fins de semana.

Estas assimetrias colocam alguns desafios à governação destes territórios:

1- Medir a capacidade das infra-estruturas e adequá-las ao aumento da utilização.

2- Resistir à tentação de modernizar em excesso, porque se perde a identidade do local, e o

turista gosta do que é diferente, original.

3- Garantir o equilíbro entre o bem-estar e o status quo dos residentes e a atractividade

turística.

4- Constituir um Centro Estratégico de Decisão, envolvendo representantes da

comunidade, do comércio, da indústria, da hotelaria, restauração, artesanato e técnicos. A

formação de guias locais em história e cultura locais como actividade principal ou

secundária seria muito oportuna.

5- Assegurar o funcionamento e disponibilidade de toda a oferta. A informação constante

nos guias da existência do “Monumento aos Desalojados”, a “Capelinha de São Macário”,

a riqueza da “Arte Sacra Barroca”, de que a iguaria característica é o “Cogumelo”, é

defraudadora de expectativas se o turista visita e encontra fechados a Igreja, a Capelinha, o

Monumento, e no restaurante só encontra Bacalhau à Brás e Bife com batatas fritas.

É certo que os Municipios de Baixa densidade terão dificuldades em manter visitável todo

o património todos os dias do ano. Mas do Centro Estratégico de Decisão devem saír

consensos quanto à forma de o divulgar através de: Complementaridade com Municipios

vizinhos ou da comunidade intermunicipal e implementar a semana aberta do território,

várias vezes por ano, em que tudo o que faz parte da oferta turistico-cultural esteja em

funcionamento (gastronomia, actividades, visitas ao património, etc).