foi o grande tema das Conferências do Estoril, realizadas recentemente na SBE, enriquecidas com a transmissão de conhecimento, de exemplos e de análises de lideres, governantes, ex-governantes, nacionais e estrangeiros, prémios Nobel de várias áreas.
O mundo é global. As pessoas circulam no mundo a uma velocidade alucinante. Em cada minuto aterram mais de 10.000 aviões no planeta.
Cruzam-se experiências, sonhos, emoções, frustações; o mundo é o nosso interesse; enquanto queremos saber o que nele se passa, não nos interessamos pelo que acontece na nossa comunidade.
Poucas são as pessoas que participam no estudo de alternativas e soluções para melhorar a vida colectiva. Na ânsia de experimentar algo de novo, esquecem o seu bairro, a sua aldeia, o seu município.
E aos fazedores de políticas isto agrada, porque não se deparam com oposição; assim se constroem regimes autoritários unipessoais.
Uma grande percentagem de eleitores não cumpre, sequer o dever cívico de votar, e pertencer a uma lista de candidaturas para mandatos políticos, integrar campanhas eleitorais, nem se fala.
Mas também tenho a opinião de muitos: os partidos têm muita culpa neste abstencionismo. Mas não só.
Mas há um efeito que considero negativo se esta passividade se mantiver: a tendência de as listas a órgãos políticos serem integradas por migrantes que, embora inteligentes e competentes, não terão conhecimento da essência da comunidade nem dos valores culturais de Portugal.
Talvez os filhos dos actuais imigrantes, já dotados de uma fatia de alma portuguesa, sejam os futuros politicos, localmente e a nivel nacional.