https://follow.it/quepenatenho

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Gerações de Hotelaria e Turismo sem Conflitos (IV parte)

 

Por Luis Gonçalves *

Nota: Trata-se de opinião baseada em percepções, cuja grafia é da primeira geração

Tendo como premissa que a hotelaria existe porque existem turistas que usufruem dos serviços hoteleiros, nunca houve nem haverá qualquer conflito de gerações: nem na hotelaria nem no turismo.

O que acontece é que ocorrem fenómenos dinâmicos, que potenciam a adopção de tecnologias e procedimentos na adaptação comum do binómio oferta-procura.

Geração Z



Se a banca foi um sector que se destacou na uniformização de sistemas e automatização de processos, o da hotelaria e o da aviação merecem igual destaque. Surgiram muitas software houses que desenvolveram programas de gestão de negócios hoteleiros, sob a orientação de conceituados profissionais de hotelaria e de viagens, aviação, etc.

Livro de Recepção, Quadro de Recepção, Secção de Diários, Plannings de Reservas, Máquinas de Facturação foram substituídas por computador que fornecia os outputs com muito maior celeridade, rigor, em espaço mais reduzido e sem a necessidade de grandes recursos humanos.

Na década de noventa, a Internet invade empresas e pessoas do mundo inteiro.

Rapidamente o e-mail destronou o Fax e deu o tiro de misericórdia no Telex.

Em 1995 é criado o MIRC com a finalidade de ser um programa chat onde é possível conversar com milhões de pessoas em diferentes partes do mundo.

Oportunidade de ouro para estabelecer contacto com outras civilizações que as empresas aproveitaram para adoptarem diferentes estratégias de marketing.

Plataformas de comércio electrónico vulgarizaram-se, salientando-se as OTA’s (online travel agencies).

À forfait é um produto assim designado no passado, construido por Operadores ou Grossistas. Agora é o viajante que o constroi à sua medida, sem quase necessitar de sair da mesma plataforma.

É estabelecido o acordo ortográfico entre os países da lusofonia, mas que nem todos adoptaram. Pessoalmente não concordo e não o aplico, porque entendo que a etimologia da palavra é a raiz que sustenta a nossa cultura. É normal que muitas pessoas que estudaram latim não respeitem o AO.

Com o surgimento das redes sociais, entra-se na fase do marketing relacional. As empresas procuram que os potenciais consumidores se identifiquem com os seus valores, a sua marca e seus objectivos.

A exemplo dos voos charter, são fundadas companhias de voos low cost que oferecem tarifas especiais tendo em conta vários parâmetros: antecedência da reserva, destino, datas. Nunca foi tão fácil e tão barato viajar.

O mercado influencia as decisões de gestão de empresas.

Capacetes e óculos de realidade virtual permitem ao turista conhecer o destino antes de adquirir as férias.

Em 2014 os países europeus adoptaram o ERASMUS, programa que apoia a educação, a formação, a juventude e o desporto. São milhares de estudantes que anualmente circulam além-fronteiras, adquirem novos conhecimentos, fazem amizades, estabelecem relações, encontram oportunidades para a vida.

Após muitas histórias ao longo dos anos, atrevo-me a dizer que "o cliente tem QUASE sempre razão.


O próximo e último artigo disserta sobre possíveis adaptações de espaços e serviços

* autor do livro Histórias d'Hotel 

Portugal We offer the best guarantee for low prices

Gerações de Hotelaria e Turismo sem Conflitos (III Parte)

 

Por Luis Gonçalves



Nota: Trata-se de opinião baseada em percepções, cuja grafia é da primeira geração

Tendo como premissa que a hotelaria existe porque existem turistas que usufruem dos serviços hoteleiros, nunca houve nem haverá qualquer conflito de gerações: nem na hotelaria nem no turismo.

O que acontece é que ocorrem fenómenos dinâmicos, que potenciam a adopção de tecnologias e procedimentos na adaptação comum do binómio oferta-procura.



Geração Y






As comunicações evoluíram muito nas décadas de setenta e oitenta do século passado.

O moderníssimo Telex veio reduzir para minutos o tempo de resposta que antes, por carta, poderiam decorrer 15 dias ou 20 dias entre a expedição e a recepção de um pedido de informações ou reserva.

 Este sistema internacional de comunicações escritas prevaleceu até ao final do século XX. As mensagens processadas por este sistema eram autênticas e seguras porque cada subscritor tinha um endereço próprio dentro da rede universal, que funcionava com o mesmo princípio da linha telefónica. Exemplo de numero de telex em Portugal: 14851Hotlon P

Era igualmente um optimo meio de divulgação de iniciativas promocionais, por permitir o envio do mesmo texto, previamente gravado pelo aparelho de telex em fita de papel perfurada a conjuntos alargados de destinatários.

A década de 70/80 foi marcada pela substituição do analógico pelo digital (lembram-se dos velhos PBX ; os mais antigos com cavilhas e os mais modernos com alavancas?).

Deixou de ser necessária a intervenção da telefonista dos TLP para efectuar chamadas regionais, nacionais e internacionais (poderia demorar mais de meia hora o estabelecimento da ligação).

Daí ao aparecimento do Telefax foi um saltinho. A reprodução de documentos e envio em segundos ao destinatário, independentemente da distância, retirou protagonismo aos correios.

Nesta época apareceram os primeiros Tour Operator’s que fretavam aviões (voos charter) e contratualizavam allotments com os hoteis. Elaboravam packages ou forfait em brochura (avião, transfert, hotel e às vezes city tours) que colocavam à venda nas agências de viagens.

A nível individual, as tarifas aéreas eram mais baratas se se passasse um mínimo de 3 dias no destino, sendo um deles o sábado. Era a denominada tarifa pex.

Desenvolveu-se igualmente o turismo social, com os subsídios atribuídos por autarquias e governos de outros países a organizações de cidadãos dos escalões jovens e séniors.

No início dos anos 80 assistiu-se à democratização do acesso ao ensino superior. Um leque de opções de ensino eram colocados à escolha dos estudantes que esperavam construir uma carreira de prestigio, provocando uma escassez progressiva, de trabalhadores para sectores de actividade intensiva como é a hotelaria e restauração.

Próximo artigo: Geração Z


Voiturier ou trintanário: A primeira "cara" dos hoteis de categoria superior