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segunda-feira, 31 de julho de 2023

Gerações de Hotelaria e Turismo - 5ª e ultima parte


 

Gerações de Turismo e Hotelaria sem Conflitos

Por Luis Gonçalves*

Nota: Trata-se de opinião baseada em percepções, cuja grafia é da primeira geração

Tendo como premissa que a hotelaria existe porque existem turistas que usufruem dos serviços hoteleiros, nunca houve nem haverá qualquer conflito de gerações: nem na hotelaria nem no turismo.

O que acontece é que ocorrem fenómenos dinâmicos, que potenciam a adopção de tecnologias e procedimentos na adaptação comum do binómio oferta-procura.




E a próxima geração, como será

Com a livre circulação de pessoas e mercadorias entre os países da Comunidade Europeia, viagens de estudo além fronteira são frequentes e a continuidade de estudos do ensino superior e universitário ao abrigo de programas tipo Erasmus são muito comuns.

Esta é uma forma de visitados e visitantes interiorizarem maneiras de viver, de ser, de estar, absorverem culturas. Convergem na militância de causas sociais e ambientais a favor do planeta.

A Organização Mundial de Turismo estabelece a Sustentabilidade Turística na sua agenda com os objectivos de o Turismo contribuir para a redução da pobreza, a competitividade, a capacitação, a cooperação.

Para a consciencialização sobre o impacte do turismo e outras actividades sobre o ambiente, surgem aplicações que medem as pegadas de carbono.

É um dado adquirido que o avião emite 4 vezes mais quilogramas de carbono do que o comboio; O comboio é o mais ecoeficiente meio de transporte; é mais socializável; a maior duração das viagens poderá ficar equilibrada com a do avião pela reduzida antecedência de comparência na estação; mas opta-se pela construção de aeroportos em vez de adequar linhas férreas alta velocidade.

As plataformas de reservas promovem viagens sustentáveis e estabelecem princípios que os prestadores de serviços devem seguir. Porém, no que toca ao cliente, não lhe é imposto qualquer modelo de comportamento, porque partem do princípio de que cada um é responsável pelos seus actos.

Todos somos dominados pela ditadura de processos e aplicações: sem dúvida eficientes, organizativas, mas que diminuem a capacidade de pensar e criar. É como o comboio que não circula fora dos carris.

A geração mais jovem tende a ditar tendências. A crescente procura de destinos da Natureza, de locais históricos e religiosos dentro do conceito Turismo Espiritual, é o resultado do aprisionamento físico e mental que a pandemia provocou com a dependência do digital no mundo global. O turismo contemplativo e espiritual funciona como uma regeneração de corpo e mente.

Os jovens de hoje prezam o bem-estar. Enaltecem o uso e subestimam a posse. Em vez de comprarem carro, preferem o carsharing. Em vez de comprarem casa, alugam-na; ou trabalham durante uma estação e viajam na seguinte. É uma geração altamente formada que não aceita bem compromissos. Os jovens preferem serem eles a definir onde, como e quando desenvolvem a actividade profissional, numa lógica de prestação de serviços de uma forma liberal.

Ora, este facto exige que a gestão de empresas rompa com os anteriores laços e se adapte a esta realidade. Especialmente a gestão de RH está consciente da valorização das pessoas; não só através de salários condignos, mas também com horário e flexibilidade, vida pessoal e com a princípios de felicidade.

Claro que novos empreendimentos terão em conta este panorama; poderá ser comum a promoção de comunidades de clientes dentro de um hotel; não será descabido instalar no Hall pequenas mercearias e cozinhas para os hóspedes adquirirem os produtos para cozinharem as suas próprias refeições.

No espaço que se chamava “restaurante” e agora se poderá chamar “Guest Relationship Room” O cliente pode sentar-se à mesa e, usando o tablet ou telemóvel de recente geração consulta a ementa, escolhe, confirma. A confirmação emite referencias de pagamento, emite ordem para a cozinha e recebe o alerta para ir buscar a sua travessa quando esta for colocado na “roda” tecnologicamente controlada.

Numa fase a que eu não devo chegar, o sistema DIY (do it yourself) será um modelo nos hoteis. Assim como será um Nicho de Mercado o atendimento e processamento por pessoas.

*autor do livro Histórias d’Hotel


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