Poderá existir ligação entre a falta de disponibilidade de profissionais de turismo para
trabalhar nas várias áreas (hotelaria, restauração, artesanato) e o aumento da oferta de
AL'S em territórios do interior.
É perceptível a preferência do turista consciente que, além da segurança, procura a
sustentabilidade, por localidades mais rurais, mas nem por isso menos atractivas do que
centros urbanos com mais património edificado.
Esta realidade não põe em causa outras motivações e destinos tradicionais, como o Sol e
Praia, Golfe, Shopping, Mice. As assimetrias regionais estão a diluir-se, mas as assimetrias
sazonais são de diluição mais difícil. Aliás, no interior nota-se um desiquilíbrio entre o
verão e o inverno mas, essencialmente, entre os dias úteis e os fins de semana.
Estas assimetrias colocam alguns desafios à governação destes territórios:
1- Medir a capacidade das infra-estruturas e adequá-las ao aumento da utilização.
2- Resistir à tentação de modernizar em excesso, porque se perde a identidade do local, e o
turista gosta do que é diferente, original.
3- Garantir o equilíbro entre o bem-estar e o status quo dos residentes e a atractividade
turística.
4- Constituir um Centro Estratégico de Decisão, envolvendo representantes da
comunidade, do comércio, da indústria, da hotelaria, restauração, artesanato e técnicos. A
formação de guias locais em história e cultura locais como actividade principal ou
secundária seria muito oportuna.
5- Assegurar o funcionamento e disponibilidade de toda a oferta. A informação constante
nos guias da existência do “Monumento aos Desalojados”, a “Capelinha de São Macário”,
a riqueza da “Arte Sacra Barroca”, de que a iguaria característica é o “Cogumelo”, é
defraudadora de expectativas se o turista visita e encontra fechados a Igreja, a Capelinha, o
Monumento, e no restaurante só encontra Bacalhau à Brás e Bife com batatas fritas.
É certo que os Municipios de Baixa densidade terão dificuldades em manter visitável todo
o património todos os dias do ano. Mas do Centro Estratégico de Decisão devem saír
consensos quanto à forma de o divulgar através de: Complementaridade com Municipios
vizinhos ou da comunidade intermunicipal e implementar a semana aberta do território,
várias vezes por ano, em que tudo o que faz parte da oferta turistico-cultural esteja em
funcionamento (gastronomia, actividades, visitas ao património, etc).