Ou
Terá o turista pós-covid um outro
perfil?
Fizeram-me
esta pergunta, para a qual não tenho a resposta
científica de que os estudiosos são capazes: apenas suposições baseadas em
percepções e interpretações pessoais do que observo.
Demorará
tempo a que a contribuição das receitas da actividade turística atinja o
patamar de 2019 (8,7% do PIB e 6,9% no
emprego); a erradicação definitiva da pandemia permitirá aos players estabelecer metas e objectivos.
Até lá os
países apelam aos seus compatriotas para que descubram o seu próprio país. A maior fatia de turismo é o doméstico e o de
proximidade; e em Portugal isso aconteceu durante esta época que está a
terminar.
A forma de
viajar vai mudar.
Viagens
sustentáveis estão no topo da agenda.
* Airbus
revelou que em 2035 o projecto turbofan
estará concluído, cuja tecnologia e configurações aerodinâmicas permitira às
aeronaves voarem com energia limpa com emissões zero.
* Aumentará
a preferência pelo comboio em detrimento do carro e do avião: menor tempo nos procedimentos de check-In e
check-out; possibilidade de levar mais bagagem em comparação com as companhias low cost; emissões nulas para a
atmosfera; poder circular de uma carruagem a outra, inclusivamente poder tomar
uma refeição ou um drink e conhecer
pessoas.
Os meios de
alojamento preferidos serão os self-catering
nas zonas periféricas dos centros urbanos.
Os hotéis
adaptar-se-ão à necessidade de transmitir confiança e segurança, implantando
tuneis de descontaminação para empregados e clientes dos pés à cabeça.
O Hostel é uma filosofia de alojamento que
agora nos remete para uma dúvida existencial, dado que são estruturas cuja rentabilidade era
calculada por um expectável alto grau de socialização inter-cultural em pequenos espaços. Beliches para 8
pessoas numa camarata com 30 m2, confraternização entre copos de cerveja, shots, fumo, gargalhadas, e consequente
início de relações e relacionamentos são filmes
pré-covid.
Marcas
fortes como Porto e Norte de Portugal, Golfe, Surf, Aldeias de Xisto e Aldeias Históricas,
têm que continuar a chegar ao mercado potencial.
Mas temos
que ter em atenção que continuará a
haver uma feroz concorrência de destinos internacionais que tentam seduzir o
turista com preços baixos, irrealistas e economicamente irresponsáveis.
Por último,
as autarquias , em especial as de territórios de baixa densidade, têm que
perceber que é necessário criar ou adaptar infra-estruras e assegurar a
manutenção da oferta às movimentações turísticas, sem a destruição de autenticidade
e a identidade que a imitação origina; antes elevando-as pela diferença.
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