Se me fosse pedido um plano de marketing turístico da terra onde resido, eu iria ter alguma dificuldade em cumprir tão nobre tarefa.
Primeiro, porque não tenho formação académica.
Segundo, porque vejo a terra com os olhos de residente, de “consumidor” e com os de prestador de serviços de consumo na área hoteleira.
Compreendo e defendo os hoteleiros, em cuja classe incluo os profissionais de “restauração” que desenvolvem actividades similares de hotelaria (restaurar as energias aos clientes, pô-los em forma, proporcionando-lhes sensações de satisfação física e emocional).
Os profissionais de hotelaria (hoteleiros) também exploram tasquinhas; não com a finalidade de ganhar "bom dinheiro", mas, sobretudo, pela oportunidade de promoverem os sabores das iguarias que servem, o espaço onde as servem, a origem e identidade dos produtos que confeccionam e pelo prazer que proporcionam, garantindo, minimamente uma rentabilidade mínima.
O hoteleiro tem sentido de nobreza, de altruísmo, de cidadania, do dever, qualidades tantas vezes ausentes das mentes de “agarradores” de oportunidades para “explorarem” turistas e visitantes em espaços públicos que, de tempos a tempos lhes são disponibilizados. Chegam, montam, exploram, desmontam e partem, deixando a porcaria sua e dos seus clientes para quem cá fica… dando aos consumidores aso a incompreensões da verdadeira missão do hoteleiro.
Seguindo, naturalmente, a evolução do marketing, nenhuma das suas fases pode ser descurada num plano de disponibilizar o produto “minha terra” ao mercado:
1- Não faz sentido falar de marketing se não houver produto para promover e vender.
2- Havendo produto, ele não é melhor nem pior do que o concorrente; é diferente; é vocacionado para um mercado específico.
3- Havendo mercado, é necessário que o produto esteja bem posicionado, com uma missão, defendendo valores, que o consumidor compreenderá e o consolidará.
4- O consumidor é consciente e procura hoje serviços e produtos prestados por entidades (empresas, organizações públicas, privadas, etc.) responsáveis a nível ambiental, económico e social que ajudam a construir uma sociedade mais justa e um ambiente mais limpo e sustentável.
As práticas ambientais não podem ser vistas apenas sob o aspecto de poupança, mas com políticas reais de defesa do ambiente.
A preferência do turista consciente recai em destinos onde a sociedade viva feliz e a tolerância seja uma prática, em detrimento de destinos mais baratos mas onde os trabalhadores são mal pagos, onde existe pobreza e intolerância a modas e usos vindos do exterior.
Constância