É digna de
reconhecimento a mudança ocorrida em muitas
vilas e cidades não só do litoral como,
principalmente, do interior deste belo Portugal, que foram alvo de requalificação.
A
modernização decorrente da mudança que a Europa patrocinou, teve como objectivo
primeiro a criação de acessibilidades, a criação de condições para a circulação
de pessoas, retirando o grande trânsito dos centros urbanos, a implantação de
espaços verdes para os cidadãos usufruírem, a construção de equipamentos para a
saúde e bem-estar.
Algumas autarquias aproveitaram para implantarem outras estruturas, não só para os seus residentes, como também para os visitantes: piscinas, centros náuticos, parques de campismo, espaços de lazer e usufruição, etc.
Como “a cavalo dado não se olha o dente”, os autarcas aproveitaram as comparticipações
financeiras para investirem nessas estruturas, sem uma análise profunda
(aparentemente) da sua rentabilidade e, no mínimo, na forma de captar entradas
de dinheiro para custear a sua imprescindível manutenção.
Com o novo
visual dos seus territórios, as autarquias levaram ao “mercado” as suas noivas”
para arranjarem pretendentes ao investimento; sempre eram mais uns trocos que vinham
em taxas e licenças. Se havia apetência ou vocação dos territórios, não era
problema seu. Os autarcas têm uma vantagem: não são gestores de negócios
privados.
A opção
encontrada foi concederem a terceiros a exploração dos espaços que implantaram
com dinheiros da comunidade: hotéis, parques de campismo, centros de
actividades.
Este é o
caminho a seguir, mas de uma forma realista: as autarquias não são agentes
económicos nem imobiliários. Não podem abrir concursos com valores que
ultrapassem os custos de manutenção dos espaços, aliás devem oferecer alguns
incentivos mediante objectivos, porque fica garantida a durabilidade das
estruturas. Se as autarquias colocam encargos irrealistas, conseguem atrair noivos que consumam o casamento que rapidamente
se transforma em divórcio.
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