Antes do fim
de 2019 eu li num meio qualquer de comunicação social uma noticia que previa
uma crise financeira internacional mais grave e mais duradoura do que a de
2008.
Também no final do mesmo ano ou principio
deste, uma destacada personagem europeia na cena financeira internacional
afirmava numa entrevista a um jornal espanhol que o grande problema da Europa
era ter cada vez mais pensionistas com uma crescente esperança de vida, e que
cabia a cada estado encontrar a solução.
Ontem abri
uma ligação Twitter para uma entrevista do Governador de um Estado
norte-americano na qual afirmava que se alguém entre a população mais idosa
quisesse morrer voluntariamente, estava a ajudar a economia.
Parece até
que a pandemia é uma resposta aos problemas elencados por aquelas
personalidades. O problema é que o vírus que a provoca tanto entra no rico como
no pobre, com efeitos devastadores.
E o sector
de hotelaria?
Na tentativa
de reinventar, seguindo de algum modo as tendência de Turismo, novas fórmulas
de alojamento foram surgindo, proporcionando ao turista a experienciação de
algo novo dentro de um conceito de informalidade.
Este
fenómeno que apareceu muito rapidamente, coincidiu com clima de alteração
social e de segurança de outros países, o que tornou Portugal um relevante
destino turístico alternativo, com crescimentos anuais de entradas e de
dormidas muito importantes.
Esta
realidade atraiu investidores, pequenos e grandes, que viram na actividade de
alojamento em hotelaria convencional e AL uma grande oportunidade de negócio e
de alguma especulação, em certa opinião pública.
E o que se
segue?
Uma inglória
batalha em todo o mundo contra um micro-organismo que causa pânico, ansiedade,
que faz parar movimentações, aumentando implacavelmente as dificuldades em cada
dia que passa, para grandes e pequenos. Quem se safa? Quem se vai aguentar? Os
grandes ou os pequenos? Costuma-se dizer que quanto maior é a nau, mais grande
a tormenta.
Em 1974 toda
a hotelaria nacional entrou em crise por causa da alteração política. Mas o
Estado ajudou os hotéis e outras categorias de alojamento de qualquer dimensão
através do IARN, no realojamento de cidadãos das ex-colónias que se tornaram
independentes.
Será que
voluntariamente alguns hotéis transformarão provisoriamente algumas áreas em
alojamentos hospitalares, não só como resposta à urgente necessidade, mas
também como forma de se manterem em funcionamento mediante subsídios retributivos
do Estado?
Já sobre os
AL’s não recairá essa opção do Estado, porque a logística exige uma determinada
dimensão e panóplia de serviços.
No fim, uma
coisa é certa. Muitos negócios de oportunidade vão ser feitos por quem puder;
muita mudança de propriedade vai acontecer; não só em hotelaria.