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segunda-feira, 17 de junho de 2019

Estes Meninos do século XXII



Herdeira de uma cultura de individualismo ausente de carácter, de preocupação, caracterizada pela era digital, robótica, nano-tecnológica, que rebentou durante a revolução planetária dos anos 90 do século passado, a juventude de hoje está praticamente desapegada da submissão à tecnologia e consequentemente automatismos inclusivamente o de pensar e agir, a que os seus antepassados estiveram sujeitos durante mais de 1 século.
Como que reconstruindo a historia, a juventude dos nossos dias está a combater o tradicional isolacionismo, desumanismo, individualismo, convivendo em comunidades inspirados no lema histórico “a União faz a Força”, nas quais são expostas ideias para alcançar objectivos comuns.


Numa dessas comunidades, a católica, o serviço religioso era apresentado em aparelhos tecnológicos chamados tablets, aifones, andróides, agora é coordenado por uma pessoa devidamente formada – o pároco – que, falando uma linguagem corrente, transmite à comunidade a necessidade do amor ao Próximo, como forma de atingir a felicidade eterna na ultima viagem, segundo os ensinamentos de Cristo.


Antes era fácil controlar as naturais brincadeiras, choros e gritinhos das crianças durante as cerimónias religiosas: Sentavam-se ao colo ou na sua cadeirinha munida de tablet ou  aifone, ligava-se a um canal de desenhos animados, de heróis no espaço, de jogos de animaizinhos e plantinhas numa quinta e pronto: não chateava. Perfeito.
Mas hoje é diferente! O progenitor (a) distrai o seu menino contando-lhe historias que o moldam para uma vida vivida na Fé, como a dos pastorinhos, dos Reis Magos, ilucida o curioso menino para que serve a água benta naquelas pias, o porquê das velas acesas, o que representam as imagens dos santos e que milagres fizeram, explica pacientemente, com todo o amor de pai ou de mãe,   que aquelas cruzes na parede representam as 14 paragens no caminho que Jesus Cristo percorreu transportando uma pesada cruz às costas há mais de 2100 anos. Tudo isto para a remir os pecados do mundo.



domingo, 28 de abril de 2019

As cores do dia de um trabalhador de hotelaria



São constantes as lamentações de empresários e de gestores hoteleiros da escassez de mão-de-obra para garantirem os serviços que aos empreendimentos turísticos, hoteleiros e de restauração compete prestar aos hóspedes e clientes.
Quanto a isso, começo por não concordar com o vocábulo “mão-de-obra” que sugere alguma falta de consideração pelo valor dos Recursos Humanos.
Afirmam alguns de já não se encontrarem disponiveis recursos humanos qualificados; muitos se queixam já da dificuldade de encontrarem, até, pessoas semqualificação para trabalhar no sector.

Se dividíssemos o dia em 3 partes iguais, cada uma com a sua cor, teríamos: vermelha para o sono,  azul para o trabalho e  verde para o lazer, convivência em sociedade,  e  afazeres particulares. 

Mesmo noutras áreas de actividade, estas cores deixaram de ser um guião para a felicidade humana a troco de um telemóvel, de um computador, de um automóvel. As pessoas deixaram de ter tempo para usufruírem a vida, passando a estar permanente ligadas através das modernas tecnologias.
As cores do dia misturam-se. Ficam castanhas, escuras, deprimentes.

A hotelaria está cada vez mais desumanizada devido ao uso excessivo das tecnologias, tendo sido criados modelos que retiram a clientes a capacidade de se consciencializarem de  que as coisas não aparecem feitas automaticamente, bastando carregar num botão, que há uma  intensa intervenção humana.

Quem trabalha em hotelaria tem que estar ciente de que é uma actividade de imprevistos, de picos de afluência de clientela e, que por isso, o seu contributo pode ser requerido após a duração normal do período laboral, para a satisfação dos dlientes e consequente êxito da exploração. Um empregado de hotelaria sabe que não tem um emprego nine-to-five
Mas percepcionamos, especialmente na área de restauração, uma quase ausência de gestão e uma desorganizada politica de recursos humanos, e um menosprezo pelo  direito à vida pessoal para além de trabalhar e de dormir. Em muitos estabelecimentos os “picos” deixam de ser um aumento ocasional da carga de trabalho,  passam a uma afluência  normal do dia-a-dia para a qual uma equipa preparada para 50 presta diariamente serviço a 100, fora-de-horas, sem direito a retribuição extra e, na maior parte das vezes, com direito ao descanso apenas no dia do encerramento semanal do estabelecimento.
http://www.casinhasconstancia.com

Esta prática desencoraja qualquer um a trabalhar no sector, que deveria ser prestigiante e uma oportunidade para produzir e absorver cultura, e de estabelecer relações sociais saudáveis. A forma como o trabalho é organizado expressa os valores da sociedade a que pertencemos.
A minha homenagem a quem faz aquilo de que gosta, e disso tira proveito para a sua formação e conhecimento. Porque hotelaria é mesmo para quem gosta. E para que os funcionários trabalhem com gosto, têm de ter reconhecimento moral, financeiro, económico, social e emocional.



domingo, 13 de janeiro de 2019

Indústria, Cultura, Turismo




O Turismo não é, por si só, uma actividade económica, mas antes, o resultado de várias motivações e a necessidade de adquirir conhecimento e absorver culturas, que faz o indivíduo viajar para outros lugares e enriquecer o conhecimento, interagindo com os povos visitados. Concertos, gastronomia, actividades secundárias, descoberta, paisagismo, culturas e modos de viver, conhecimento, são motivações do turismo gastronómico, contemplativo, de lazer, do conhecimento, militar, industrial, etc.
A mais antiga empresa industrial de Portugal, segundo registos, é a Celulose do Caima.
 A sua história, a evolução ao longo de 130 anos  e a sua responsabilidade económica e social, estão visíveis na exposição na Casa-Memória Camões em Constância.
Antes o algodão, o linho e o cânhamo eram os produtos que eram utilizados na confecção do papel.
Em 1888 a família anglo-sueca Bergvist residente no Porto,  funda a sociedade The Caima Timer Estate & Wood Pulp Company, Lda e adquire, no ano seguinte, uma quinta nas margens do rio Caima, onde foi implantada e inaugurada em 1891 a Fábrica de Pasta de Papel.
O seu primeiro gerente foi o britânico William Cruikshank, ex-proprietário da quinta e, até então, director das Minas do Palhal.
Cotada em Bolsa, em 1922 a multinacional Hibstock adquire 500 ações na Bolsa de Londres, tornando-se no principal shareholder.
Hoje a Fábrica produz celulose solúvel, muito aplicada na industria têxtil, e em variados sectores.

Hoje a Caima é auto-suficiente em electricidade, tem a sua própria produção de energia eléctrica renovável, suficiente para fornecer todo o concelho.
Uma longa história de desenvolvimento económico, mas também de alguns sobressaltos sociais, acessível ao público na exposição “De Albergaria a Constância- 130 anos de inovação”, patente ao público na Casa-Memória Camões em Constância até ao dia 18 de Maio 2019.
Há lugar a conferências, às 17h30 nas seguintes datas:
18 Jan: “Os Ingleses da Caima”, por Sofia Costa Macedo
15 Fev: “Antes era o vapor: contribuições para o estudo histórico da energia na Caima”, por Susana Pacheco
22 Mar: “Na génese da Fábrica de Papel da Caima: Minas, Quintas e Madeiras”, por Jorge Custódio.
Constância: Visitar e ficar

sábado, 12 de janeiro de 2019

O dominio dos gigantes do universo online


Algumas  Agencias de Viagens Online (OTA’s) são fruto da criatividade e engenho de jovens estudantes que, no silêncio de garagens ou arrecadações lhes deram vida.
Hoje, as 2 maiores valem na Bolsa de Nova York mais do que as 5 maiores cadeias hoteleiras juntas.
São o maior consumidor de serviços disponibilizados pela Google. Investem milhões em publicidade, porque são concorrentes de Agências de Viagens Tradicionais e de Hotéis. 
Simultaneamente são fornecedores, porque lhes disponibilizam tecnologia de reservas. E são também clientes de hotéis e outros meios de alojamento. Prestam serviço aos hotéis no papel de Canal de Distribuição.
Têm um comunicativo serviço pós-venda.
Controlam a maior fatia de mercado e, por isso, criam dependências.
Já se fala que em alguns casos exigem um mínimo de disponibilidade  de quartos atribuídos tal como na era dos allotments  negociados com os Tour Operators.
Cobram elevadas comissões.
Viajar na páginas das OTA’s é cada vez mais aliciante e, brevemente o cliente passará por uma agradável experiência ao reservar, porque serão, simultaneamente, redes sociais e portais de reservas de alojamento, restauração, espectáculos, etc.
Pode o hoteleiro competir?
O que não deve fazer é “colocar os ovos no mesmo cesto”; ao longo dos tempos, o bom senso e técnicas de comercialização aconselharam a diversificação de mercados e de canais de distribuição.
O que deve fazer é tornar o seu site cada vez mais apelativo e intuitivo, com promoções, upgrades, packages de serviços internos e externos. É exercer uma eficaz política de relações Publicas para transformar o cliente “OTA” em seu cliente. É atribuir incentivos (descontos ou outros) a quem compra directamente. É unir-se regionalmente a outros estabelecimentos e instituições para criar uma oferta turística global (alojamento, restauração, cultura, actividades, espectáculos, diversões, etc).
O Click2Portugal nasceu com ideias semelhantes, mas não me apercebi ainda de um significativo volume de adesões.





sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Portugal está na moda


 “Divulgada hoje Conta Satélite #Turismo 2017:
- Crescimento das remunerações Turismo +7,6%
- Consumo Turismo: 13,7% PIB
- Peso Turismo no Emprego: 9,4%
- VAB Turismo: 7,5%
#ET2027”

As classificações da atractividade dos destinos depende da forma como são organizadas e da instituição que as promove.
No Tripadvisor, Paris ocupa a 1º posição como destino de compras, enquanto Lisboa ocupa o 16º lugar.

No que respeita a praias, a da Falésia em Olhos de Água ocupa 12º lugar entre 25, cabendo a honrosa primeira posição a Grace Bay Providenciales, Turks and Caicos.
A 15ª posição nas Experiências cabe à experiência de um dia de visita de Cascais e Sintra a partir de Lisboa, sendo a experiência nº 1 um workshop de culinária em Florença.
A Quinta Jardins do Lago no Funchal ocupa a 22ª posição no Top de 25 hoteis do mundo. O primeiro é Viroth’s Hotel no Cambodja.

Imagem da página Jardins do Lago

A vulgarização dos preços baixos dos transportes e a vulgarização do uso de aplicações em telemóvel sugestivas em imagens e persuasivas em mensagens para a automatização da tomada decisões conduz a resultados que nem sempre são os reais.
Portugal cresce em número de turistas. Alguns estabelecimentos tudo fazem para conquistar terreno, em guerra aberta entre si,  com o abaixamento de preços que pouco mais dão do que para assegurar a sua permanência no mercado. Sacrificando a qualidade dos serviços prestados, por um lado pelo preço que praticam e por outro pela pouca atractividade que a hotelaria manifesta na contratação de Recursos Humanos pelos baixos salários e longas horas exigidas (responder à enchente de turistas)  esta realidade compromete o futuro do Turismo que se quer de qualidade.

Mas não se pense que o robot tudo soluciona. Pode ser uma novidade, mas de atracção muito efémera.

Com a Esperança de que o Natal seja a fonte de iluminação para 2019, desejo a todas e a todos umas Festas Felizes.



Hotels in Quinta Jardins do Lago

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Mensagens de Constância chegam para lá do Atlântico



* Independentemente das convicções religiosas ou da tradição cristã ou pagã,

* Não trazendo à discussão se, ultimamente, os temas “ambiente e sustentabilidade, são  mais vezes citados mundialmente do que o tema Direitos do Homem consagrado na Declaração Universal,

o  centro histórico de Constância tem em exposição, pelo segundo ano consecutivo, a exposição Natal Reciclado.


Esta exposição é possível porque da Câmara Municipal partiu a iniciativa de dinamizar e envolver no espírito natalício as escolas, instituições, comercio local, tecido empresarial e grupos de pessoas.

Dezenas de estruturas em madeira disponibilizadas pela autarquia foram transformadas em árvores de natal adornadas e decoradas com materiais reciclados.

Os  participantes na Rota dos Templários que se realiza 2 a 3 vezes por semana, de que faz parte o centro histórico de Constância e a prova do seu doce conventual , admiraram o trabalho e a ideia do reaproveitamento, tendo dois americanos demonstrado a sensibilização  para a reutilização de materiais e, consequentemente , para a diminuição de resíduos no meio-ambiente   com a frase “Amazing. From now on, I'll start thinking twice before throwing trash away” (espantoso, a partir de agora pensarei duas vezes antes de deitar for a o lixo).

Esta exposição está patente atá ao Dia de Reis, pelo que pode cá passar uns dias. Clique sobre a imagem






sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Influências dos baixos preços



Os preços baixos, à custa de baixos custo (Low Cost) têm por finalidade a acessibilidade a todas as classes, e como consequência mudança de hábitos e mentalidades.
Chamo a atenção para a forma de escrever (não aderi ao AO) e para a maneira vintage como vejo os fenómenos Low Cost.
Se eu fosse detentor do conhecimento, diria que os meios de transporte tiveram desde sempre uma enorme influência no desenvolvimento dos povos, aproximando-os para adquirirem conhecimento, para socializarem, para negociarem.
As “máquinas de marketing” encarregaram-se de criar a necessidade de viajar em lazer como forma de terapia, de enriquecimento intelectual, como compensação dos largos meses de trabalho.
A evolução tecnológica trouxe a todos ferramentas, que as gerações mais novas usam com toda a mestria, na programação de deslocações, permitindo a reserva de passagens aéreas, meios de alojamento, lugares a visitar, espectáculos, etc., sem a intervenção do tradicional agente de viagens.
Os voos de baixo preço (Low Cost) vieram alterar o paradigma do turismo e do turista. É a era do conhecimento, de vivenciar experiências, de influenciar as populações dos lugares que visita. É um turista informal.
Simultaneamente novas formas de alojamento surgiram, cuja categoria ou localização pouco importam.

As regras impostas pelas Low Cost contabilizam milimetricamente o espaço e o tempo, cobrando extras avantajados por bagagem, porque  o consumo de combustível está relacionado com o peso da carga. Quer um lugar à frente? Na janela? Na coxia? Paga extra.
Por isso, transportar ferro de engomar, fato, muda de roupa, chinelos, sapatos extra, pertence ao passado. Hoje viaja-se com o mínimo, com os trapinhos sobre o corpo que às vezes não são muitos e são até multi-funcionais.  E esta realidade influencia o povo acolhedor; adere à moda, abre-se-lhes a mente, experienciam.
Pensava eu que um hostel    era para gente jovem, com reduzido poder económico. NADA DISSO. Há frequentadores de todas as idades e classes sociais. É um fenómeno sociológico – tal como TURISTAR.
Este movimento de informalidade desmistifica a “escultura” imaginada por dentro de um fato ou vestido clássico porque aparece aos nossos olhos com toda a naturalidade