https://follow.it/quepenatenho

segunda-feira, 4 de abril de 2022

O deficit de Recursos Humanos


 


Os Orgãos de Comunicação Social transmitem a dificuldade de algumas empresas em cumprirem prazos e prestarem os serviços contratados dada a dificuldade de Recursos Humanos.

No período pré-Covid 19 os hoteleiros e similares queixavam-se de falta de “mão-de-obra” qualificada. Hoje queixam-se de que não encontram pessoas para trabalhar, com ou sem experiência.

A prática de horários partidos, a falta do reconhecimento da importância dos colaboradores para o sucesso das organizações, os baixos salários, a ausência de incentivos, mas, sobretudo, a maneira como alguns empregadores viam os seus colaboradores e alguns clientes os seus “servidores”, são as principais desmotivações pela carreira na hotelaria e similares. A pouca ou nenhuma diferença salarial entre os profissionais com muito tempo de casa e os recém-admitidos é uma das razões para a decadência e da despersonalização inexorável do nível de serviço.



Muitos profissionais na reforma ou pré-reforma , dignos representantes de uma época, abandonaram os meios rurais nos anos sessenta/setenta, porque as tarefas assemelhavam-se a trabalhos forçados, sem rendimento digno. Hoje o sector agro-alimentar é convidativo para jovens empreendedores que sabem adequar os seus projectos aos apoios disponiveis para produção, equipamento e escoamento. A pandemia foi a justificação para preferência por zonas rurais, em detrimento das cidades.

Nos tempos modernos, os recursos humanos capacitados e habilitados querem escolher onde querem trabalhar, o horário que lhes é conveniente; para eles, o conceito de liberdade de escolha é muito importante.

Por isso, é urgente que o Turismo Portugal promova nos meios de comunicação programas formativos nas diversas áreas do Turismo, de onde se destaquem oportunidades de carreira, e inteligência emocional, dentro do conceito “felicidade profissional”.

Há uns anos apercebi-me que os jantares de um hotel na Galiza eram servidos por pessoas da região que tinham as suas pequenas quintas, e que ao fim do dia mudavam de cenário para outra actividade, complementando assim os seus rendimentos.

A oferta de horários de tempo parcial, sem interrupção, poderia ser uma maneira de mitigar a falta de interessados.

Um restaurante que ostenta à porta “precisa-se de empregado(a)” em vez da carta ou menu, está a alterar o conceito e a afugentar os clientes.



sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

A relevante questão de pagar ou não a Cultura


 

Dirigentes políticos, especialmente com responsabilidades autárquicas, quase que se escandalizam se lhes for proposto  o hipotético pagamento para aceder  à Cultura.  Nisso, têm toda a razão, porque absorver com maior ou menor grau a culturalidade de um povo e de uma região e nela se sentir integrado, está ao alcance de cada indivíduo, gratuitamente, sendo-lhe apenas exigida a capacidade de se interessar, motivar e interagir no ambiente que o rodeia.

Mas, repetimos a pergunta: A Cultura deve ser gratuita ?

Penso que sim, mas se o concurso de recursos materiais e humanos for imprescindível à sua transmissibilidade, acho que não. Estamos perante a ocorrência de custos marginais necessários à operacionalidade da cultura.

Onde está a confusão (in)consciente?

Na tendência a rotular o entretenimento de cultura em qualquer circunstância. Mas nem sempre é assim. O entretenimento (concertos, assistência a espectáculos desportivos, tauromáquicos, etc), é pago e, geralmente, bem pago.

Fado é cultura portuguesa tal como flamengo é cultura espanhola. Para assistirmos a estas demonstrações culturais pagamos o acesso ou evidente ou diluído nos consumos nos locais onde decorrem. E pagamos também a taxa mensal de audio visual na factura de electricidade para sermos “aculturados” por conteúdos muitas vezes ocos de cultura.


As visitas a museus devem ser pagas?

Naturalmente, mesmo com um valor simbólico, por forma a reduzir ou eliminar o custo dos recursos necessários a que as visitas se efectivem (guias, água, electricidade, limpeza, desinfectante...).


A universalidade da cultura

O turista que viaja por motivos culturais (património histórico-religioso, gastronómico, imaterial) paga para viajar, paga para ficar alojado nos meios de alojamento, paga para experienciar sabores, sentir adrenalina, para alargar o seu conhecimento. O que falta aqui é a construção e disponibilização de packages incluindo isto tudo, ou pelo menos, que constituam um “MENU” da oferta no site de um estabelecimento hoteleiro ou mesmo de um grupo de interesses económicos e culturais de uma região.

O turismo causa impactos positivos e negativos, mas a economia local que a sua realidade potencia, justifica o empenho dos territórios e comunidades com vocação e capacidade na promoção junto dos mercados-alvo.

Castigo para viajar?

É difícil de compreender o pasmo de alguns autarcas quando questionados sobre o pagamento da cultura. Alguns são os que não se ensaiam nada para propor a aprovação da aplicação de uma taxa turística por dormida, sem qualquer lógica nacional. O Imposto de Turismo (em todo o país) era de 3,1% sobre o volume de facturação da actividade hoteleira, foi abolido em 1973 porque já nessa altura era uma aberração.

E a taxa TMA?

Do que eu não tenho conhecimento é se algum municipio aplica uma TMA (taxa municipal ambiental) em casos de afluência massiva de pessoas pouco dotadas de cidadania, de respeito pelo ambiente, que não trazem contributos à economia ou à cultura.

E daí talvez. Talvez a taxa exista disfarçada nos custos elevados para estacionar em muitas vilas e cidades.


Antiga torre de vigia de Punhete na Linha de Defesa do Tejo

Venha conhecer gratuitamente a nossa região e vivenciar o paisagismo .Visitar, Ficar e descobrir

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Crescimento e Sustentabilidade na região de Constância


 Ao quilómetro 24 da A23 encontramos a indicação de saída Constância Oeste.

Percorremos umas centenas de metros e depara-se-nos, lá no alto, a Igreja Matriz que encima uma colina de casas nascida a partir das margens dos dois rios que aqui se encontram: Zêzere e Tejo. Até ao aparecimento do comboio e do automóvel eram as autoestradas de hoje e o ganha-pão de grande parte da população.



Três freguesias, cada uma com as suas especificidades e eportunidades,  constituem este concelho que não é bem do interior, mas não pertence ao litoral.


Moderada por João Luís de Sousa, Diretor da Vida Económica, decorreu a conferência “Crescimento e Sustentabilidade na região de Constância”.

Sergio de Oliveira, presidente da Camara, apresentou as prioridades de investimento ao abrigo do PRR e do próximo QCA. Mantendo-se a qualidade da água do Zêzere, analisadas periodicamente pela APA, será considerada água balnear, que permitirá avançar com o projecto da praia fluvial.

Outro aspecto é o alargamento da Zona Industrial de Montalvo (uma das freguesias) com o captar mais investimento que criará oportunidades de emprego qualificado e fixará mais pessoas.

Por ultimo, está em vias de execução a substituição do emissário submarino que liga os esgotos à ETAR do Caima, e a adaptação à mobilidade da zona do centro histórico.



Sofia Jorge, directora do departamento de Sustentabilidade do grupo Altri abordou a evolução dos processos de fabrico elencou os investimentos previstos na sustentabilidade ambiental e social, nomeadamente o de aquisição de sistemas que devolvem ao rio água mais pura do que estava no momento da captação.


Helena Roxo, vereadora de acção social e cultura, salientou o ensino profissional na Escola Luis de Camões nas áreas de hotelaria, restauração, manutenção de hotel, manutenção industrial. As áreas de ensino profissional estão em linha com as necessidades das empresas da região.


Pedro Pereira, vereador do Turismo, Ambiente, e Desporto, apresentou apresentou as actividades a nivel de turismo activo, cientifico e de natureza, e educação ambiental, potenciadas pelos rios, Centro Ciência Viva, Parque Ambiental de Santa Margarida / Borboletário Tropical e Fluviário Foz do Zêzere, além da Gastronomia e Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem a decorrer na Páscoa.


Terminou com mesa redonda participada pelos responsáveis das principais empresas da região.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Turismo nos territórios de baixa densidade


Poderá existir ligação entre a falta de disponibilidade de profissionais de turismo para

trabalhar nas várias áreas (hotelaria, restauração, artesanato) e o aumento da oferta de

AL'S em territórios do interior.

É perceptível a preferência do turista consciente que, além da segurança, procura a

sustentabilidade, por localidades mais rurais, mas nem por isso menos atractivas do que

centros urbanos com mais património edificado.

Esta realidade não põe em causa outras motivações e destinos tradicionais, como o Sol e

Praia, Golfe, Shopping, Mice. As assimetrias regionais estão a diluir-se, mas as assimetrias

sazonais são de diluição mais difícil. Aliás, no interior nota-se um desiquilíbrio entre o

verão e o inverno mas, essencialmente, entre os dias úteis e os fins de semana.

Estas assimetrias colocam alguns desafios à governação destes territórios:

1- Medir a capacidade das infra-estruturas e adequá-las ao aumento da utilização.

2- Resistir à tentação de modernizar em excesso, porque se perde a identidade do local, e o

turista gosta do que é diferente, original.

3- Garantir o equilíbro entre o bem-estar e o status quo dos residentes e a atractividade

turística.

4- Constituir um Centro Estratégico de Decisão, envolvendo representantes da

comunidade, do comércio, da indústria, da hotelaria, restauração, artesanato e técnicos. A

formação de guias locais em história e cultura locais como actividade principal ou

secundária seria muito oportuna.

5- Assegurar o funcionamento e disponibilidade de toda a oferta. A informação constante

nos guias da existência do “Monumento aos Desalojados”, a “Capelinha de São Macário”,

a riqueza da “Arte Sacra Barroca”, de que a iguaria característica é o “Cogumelo”, é

defraudadora de expectativas se o turista visita e encontra fechados a Igreja, a Capelinha, o

Monumento, e no restaurante só encontra Bacalhau à Brás e Bife com batatas fritas.

É certo que os Municipios de Baixa densidade terão dificuldades em manter visitável todo

o património todos os dias do ano. Mas do Centro Estratégico de Decisão devem saír

consensos quanto à forma de o divulgar através de: Complementaridade com Municipios

vizinhos ou da comunidade intermunicipal e implementar a semana aberta do território,

várias vezes por ano, em que tudo o que faz parte da oferta turistico-cultural esteja em

funcionamento (gastronomia, actividades, visitas ao património, etc).


domingo, 28 de novembro de 2021

Uma espécie de alegoria sem história






Realmente as paixões são passageiras.

Em momentos efusivos apregoamos que a chama tem que se manter... que depois do momento é para continuar... agir... militar... que queremos dar vida à causa... que a paixão é a causa da vida.

Mas, concretizado o acto, a coisa esmorece, esquece.

A paixão não passa disso. O amor prende, cria amarras...por isso nem se vai escolher a (o) noiva (o).


domingo, 10 de outubro de 2021

Adaptar a Política de Turismo aos Territórios

 Independentemente da posição no ranking de contribuidores para a economia de um país, de uma região, de uma cidade ou vila, o Turismo é uma actividade complexa.

A sua complexidade traduz-se no envolvimento de bens e activos necessários à sua concretização (meios de transporte, unidades de alojamento, estabelecimentos de restauração, artesanato,etc) e de bens intangíveis (clima, ambiente, acolhimento, segurança, cultura, etc.) para que seja bem sucedido e sustentável.

A Política Nacional de Turismo segue as metas da Organização Mundial de Turismo para um turismo mais consciente, mais sustentável, isto é, que reduza o desemprego, que contribua para a valorização do património natural e cultural, que atenue as assimetrias regionais a nível económico e social.

Há regiões e produtos turísticos consolidados, com inequívoca vocação turística e há outras em que o Turismo não é o maior contribuidor para a economia local, mas que, nem por isso, deixam de ser atractivas.

Dito isto, a governação local deve adaptar a política de turismo à realidade do território, enquadrada ou não num Conselho Económico Local. Para ter turismo, não basta a um destino dispor de alojamentos, restaurantes, parques e relva junto ao rio. Tem que traçar um conjunto de linhas mestras que normalizem os procedimentos administrativos e executivos na prestação de serviços públicos e privados ao turista, cada vez mais informado e mais consciente.

Em todas as terras há os DDT's; aqueles que julgam que estão acima da lei; aqueles perante quem se fecha os olhos, porque se julgam e fazem crer que são importantes para o desenvolvimento da terra.

Não é normal um território que se apresenta como destino turístico, que é procurado por citadinos que procuram a diferença, o sossego, meditação, relaxamento, cultura, permita que decorram obras logo ao nascer do dia de sábado e feriados, mesmo junto a estabelecimentos de hospedagem; que permita a utilização ad aeternum de via publica como estaleiro; que não exija uma adequada periocidade da recolha de lixo.

Exige-se uma política de turismo integrada, envolvendo segurança publica, segurança e sinalização rodoviária, cultura e património, protecção civil, saúde, autarquias, representantes dos sectores primário, secundário, terciário.

Conquistar turistas demora muito tempo. Perdê-los é muito rápido.


sexta-feira, 27 de agosto de 2021

O segredo (não) é a alma do negócio

Por: Luís Gonçalves (1º candidato à Freguesia de Constância) 

O Tejo sem estudo de aproveitamento lúdico

Nem do sucesso
Pelo menos em política não pode ser, se os candidatos tiverem como motivação a prestação do serviço à comunidade. Sem outros interesses pessoais.
Como aprendiz, interpreto um programa eleitoral como sendo um conjunto de promessas de medidas com que os politicos profissionais conquistam o eleitorado, mas que, segundo os observadores, muitas ficam por cumprir.
Tenho uns apontamentos que transformarei em plano de acção, se for eleito presidente da Junta de Freguesia de Constância e se a Assembleia o votar favoravelmente.
Ontem cruzei-me com membros de outra candidatura, que esteve mais de 30 anos à frente da gestão politica do concelho, que apontou o pouco cuidado na limpeza junto aos ecopontos e na recolha.
“Tem piada, por acaso faz parte do meu plano estudar a solução de ecopontos subterrâneos.”
O dedo polegar dos membros da minha oposição levantaram-se.
Quando se trata de encontrar as melhores soluções que favoreçam residentes e visitantes, não pode haver segredos. Quantos mais se empenharem, melhor. O que interessa é a implantação.
Quando se trata de decidir soluções para benefício das pessoas e dos territórios, a equação custo-benefício é incompleta. Falta-lhe o elemento eficiência.
Há anos que nos meus artigos, e em conversas com decisores políticos chamo a atenção para a realidade Constância: A capacidade dos ecopontos da Rua do Tejo é insuficiente devido ao exponencial  aumento de serviços de restauração ao fim de semana e especialmente no mês de Agosto, consequentes desperdicios e resíduos. A periocidade de recolha mantêm-se.
Por isso, usarei toda a influência do meu cargo, se for eleito, para pugnar por melhores soluções para melhor saúde publica, melhor ambiente, mais cidadania junto dos poderes locais, nacionais, e, se necessário, internacionais.
É necessário ser político para isso? Não. É preciso desempenhar o cargo com paixão, lutar por resultados que fazem de um lugar um sítio bom para viver, trabalhar, ser feliz. FAZER A ESPERANÇA ACONTECER. Todos os dias.