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quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Bonito. E agora?


É digna de reconhecimento  a mudança ocorrida em muitas vilas e cidades não  só do litoral como, principalmente, do interior deste belo Portugal,  que foram alvo de requalificação.

A modernização decorrente da mudança que a Europa patrocinou, teve como objectivo primeiro a criação de acessibilidades, a criação de condições para a circulação de pessoas, retirando o grande trânsito dos centros urbanos, a implantação de espaços verdes para os cidadãos usufruírem, a construção de equipamentos para a saúde e bem-estar.

Algumas autarquias aproveitaram para implantarem outras estruturas, não só para os seus residentes, como também para os visitantes: piscinas, centros náuticos, parques de campismo, espaços de lazer e usufruição, etc.


Como  a cavalo dado não se olha o dente,  os autarcas aproveitaram as comparticipações financeiras para investirem nessas estruturas, sem uma análise profunda (aparentemente) da sua rentabilidade e, no mínimo, na forma de captar entradas de dinheiro para custear a sua  imprescindível manutenção.

Com o novo visual dos seus territórios, as autarquias levaram ao “mercado” as suas noivas” para arranjarem pretendentes ao investimento; sempre eram mais uns trocos que vinham em taxas e licenças. Se havia apetência ou vocação dos territórios, não era problema seu. Os autarcas têm uma vantagem: não são gestores de negócios privados.

A opção encontrada foi concederem a terceiros a exploração dos espaços que implantaram com dinheiros da comunidade: hotéis, parques de campismo, centros de actividades.

Este é o caminho a seguir, mas de uma forma realista: as autarquias não são agentes económicos nem imobiliários. Não podem abrir concursos com valores que ultrapassem os custos de manutenção dos espaços, aliás devem oferecer alguns incentivos mediante objectivos, porque fica garantida a durabilidade das estruturas. Se as autarquias colocam encargos irrealistas, conseguem atrair  noivos que consumam o casamento que  rapidamente se transforma em divórcio.




domingo, 19 de julho de 2020

Admirável Mundo Novo do Turismo

Após o período de confinamento obrigatório quase simultâneo numa infinidade de países, durante o qual a actividade económica se reduziu praticamente à movimentação de bens de primeira necessidade, esses mesmos países foram-se dando conta de que a economia deveria ser retomada, e, quase em uníssono, adoptando medidas semelhantes, foram reabrindo as actividades num ambiente mais seguro para pessoas e bens.

As medidas adoptadas para reduzirem o perigo de contagiar e de ser contagiado não diferem muito de país para país. Dois tipos de comportamento humano resultaram do período de confinamento:
 • A valorização do mundo à volta de si, espaço pessoal e familiar, numa adaptação conjunta a novos hábitos e eventual controlo nos consumos e uma consciencialização ambiental e cívica mais convicta. • O desejo desenfreado da evasão, como se de uma libertação se tratasse, com resultados diferentes: uns de contestação e, desobediência praticando actos desaconselhados, como que desafiando a autoridade e a legalidade das normas, e outros de pura evasão, com vincado desejo de viajar, mesmo sabendo que terão de conviver com a ameaça do Covid19 enquanto não surgir a vacina que o erradique.

• O turismo doméstico está em ascensão, visto por uns como um dever de solidariedade nacional e outros como acessibilidade económica e oportunidade de aprofundar os conhecimentos culturais dos seus países. A procura de informações do destinos e reservas cada vez mais online, os automatismos nos acessos aos edifícios cada vez mais através de aplicações. O que encontra então o turista neste novo mundo?
O mesmo património que, ao contrário de uma guerra tradicional a pandemia não destrói, e um comportamento humano quase autómato , diria impessoal, igual ao de onde veio, porque a máscara é isso mesmo: mascara a verdadeira personalidade e inibe a comunicação.
Os governos impõem comportamentos aos cidadãos. Uns aceitam, outros evitam, e ainda outros recusam.
Muitos dos que se habituaram às normas e as adoptam como uma coisa natural, diversificam a aparência como se fossem criadores de moda a proporem feitios, cores e tecidos de máscara, que se que fazem pandan com o “prêt-à-porter” feminino, masculino.

 Quem responde pelo incumprimento dos clientes? Os responsáveis pelo estabelecimento . Com que autoridade? Agora são polícias? Que podem eles fazer se o cliente não tem máscara nem a quer adquirir, se o cliente deita beatas para o chão (atenção à eficácia do decreto das beatas a partir de 3 de Setembro). Ele não pode aplicar coimas. E a policia está noutro lado. É triste impor a cidadania através de multas e repressão. Mas se calhar funciona melhor, à falta de (in) formação.
Este é o momento de fazer férias cá dentro.

domingo, 14 de junho de 2020

Que mania que tu tens


Tu, que em todos mandas, tudo ordenas,
Chantageias todos com a obrigação de protecção usar,
Impedindo  as feições de contentamento ou descontentamento de mostrar.
Não controlas contudo o desejo e o sentimento
Que brota de um olhar, de silêncios que falam e tudo dizem num curto momento, porque tu, minúsculo ser, não passas de um desprezível verme sem discernimento.



sexta-feira, 22 de maio de 2020

Segredos da Promoção Turistica



Afastado oficialmente, há bastantes anos, do “activo” da Promoção Turística Internacional, não significa que a ela tenha deixado de me dedicar no meu dia-a-dia profissional, numa dimensão obviamente relativizada.
Workshop nos anos 80

Desconheço é a forma utilizada hoje  para transmitir ao mercado potencial que o nosso empreendimento se enquadra e transmite os valores históricos, paisagísticos, gastronómicos, enfim todo o património material e imaterial , e respectivas acessibilidades que motivam a preferência pela nossa oferta.
A tecnologia faz muito bem esse papel, porque disponibiliza soluções sugestivas, intuitivas, que confirmam que uma imagem vale por 1000 palavras.
Será suficiente? Em temos de restrições de viagens, de “get-togethers” ao vivo, seminários, workshops, meetings online, sim, é de certeza o meio mais eficaz.
Mas há urgência em colocar o humanismo nas relações bilaterais no lugar que conquistou. Especialmente no turismo – o estilo de vida do conhecimento.
Tendo em linha de conta que este estilo de vida é responsável por astronómicos multiplicadores económicos, espera-se a comparticipação da economia mundial no desenvolvimento de antídotos que renovem a segurança, a vontade e o prazer de “turistar”.

Percursos na Natureza, Caminhos do Tejo
Trajecto Pedestre na Natureza, paralelo ao Tejo


segunda-feira, 13 de abril de 2020

Hotelaria e Restauração no Pós-Crise




Muitas nações irão considerar actual, e talvez transportem para a realidade o significado da célebre frase de J. F.  Kennedy: “Não perguntes o que é que o país pode fazer por ti; pergunta antes o que é que tu podes fazer pelo teu país”.

O sucesso só poderá ser alcançado se a promoção dos empreendimentos estiver em sintonia com as politicas publicas do destino no sentido de transmitir ao mercado confiança e segurança

Nenhum país pode ainda calcular o custo do combate à pandemia Covi19 .
Não podemos estranhar se vários governos pedirem aos cidadãos um sacrifício extra materializado numa taxa de solidariedade:
          Faça férias no seu país;
          Contribua com uma percentagem do subsídio de férias a que tem direito, para levantar a economia do seu país que foi devastada na assistência aos infectados com o Coronna vírus.
São medidas discutíveis, porque, se por um lado, melhoram as economias internas, por outro a economia fecha-se ao exterior.
Porém, tenhamos em consideração que não haverá estabilidade antes de a vacina indicada para erradicar o virús ser disponibilizada às populações. Vamos ter 2 ou 3 anos com períodos de instabilidade, decorrente da ameaça de repetições.

Ora, como a hotelaria e a restauração são actividades que dependem fortemente  da aviação comercial, a composição dos mercados estará condicionada ao desempenho daquelas que  vão sobreviver: primeiro por causa da redução ou interrupção de actividade  por tempo indeterminado e depois como consequência das condições para a retoma que forçosamente vai ter que respeitar imposições reguladoras de quota máxima de ocupação (os passageiros não podem ser transportados como sardinha em  lata). A capacidade será reduzida,  logo é necessário subir as tarifas aéreas para atingir o limiar de rentabilidade.


Nesta indefinição de mercado, as empresas hoteleiras e de restauração terão que viver com o mercado de proximidade, reconhecendo-lhe igual importância a qualquer outro. Mas note-se que o mercado interno não pode ser tido como mercado de recurso. Quanto a mim é o que deve ser mais valorizado e acarinhado:
Hotéis com mercado nacional e espanhol e os restaurantes com o mercado vizinho: regional e nacional, desde que sejam capazes de transmitir a diferença em relação à concorrência.
Porém, nada vai ser como dantes, e vejamos quais as empresas que se manterão (na posse dos mesmos ou na posse de novos titulares).

Da maneira como vejo as coisas antecipo mudanças radicais, por um lado em obediência a regulamentações que vão surgir e por outro na forma de exploração adequada à rentabilidade do empreendimento. Não é minha intenção (nem tenho a capacidade de)  influenciar designers, criativos, engenheiros nem empreendedores.
          Estabelecimentos acessíveis ao publico após passagem por uma cabine de detecção e eliminação de agentes contaminantes em roupa e calçado e vários pontos de higienização de mãos.
          Estabelecimentos dotados de guichets de atendimento.
          Popularidade no uso de aplicações móveis para interagir com clientes.
          Tendência a acabar com a prestação do serviço de pequeno almoço tal como o conhecemos.
          Aumento de área das zonas publicas onde serão implantados espaços self-service e espaços onde clientes poderão confeccionar as suas próprias refeições, e pequenas lojas gourmet ou mini mercados para eles se abastecerem.
          Maior frequência de conferências online, reduzirão a importância do até agora indispensável mercado dos congressos para hotéis de 4 e 5 estrelas.
·         Maior número de reservas directamente com o hotel e com agências de viagens em detrimento das agências online (OTA’s. )
          Tendência para que seja o cliente a definir a classificação dos empreendimentos e não a tutela; em vez de estrelas os hotéis novos apresentar-se-ão ao mercado como temáticos (histórico, natureza, gastronómico, rural, citadino, exclusivo...), maior informalidade e uma cada vez maior preferência pela hotelaria familiar por aqueles que procuram experiências genuínas.
·         Roupa de cama descartavel,
·         Túnel entre os vestiários dos empregados e a secção de trabalho com pontos de eliminação de odores e vestígios de agentes contaminantes.
·         Equipamento Pessoal de Protecção Anti-bacteriana.
·         Elevado índice de intervenção IOT (internet das coisas) na operacionalidade de utensílios: abrir portas, torneiras, etc.
·         Elevado recurso à robótica. 
      Um elevado grau de conhecimentos tecnológicos será exigido não só aos gestores como também aos que processam toda a operação hoteleira.

    

terça-feira, 7 de abril de 2020

Constância - A Terra das 4 Pontes




As frequentes cheias do Tejo e do Zêzere impediam a circulação de carroças e de animais na única via de circulação – a Estrada do Campo.
A Ponte de Santo Antoninho Foi mandada construir por D. João VI, em 1825 “para utilidade pública”, enquanto  se abria a então chamada Estrada Nova, a ligar Punhete (actual Constância) à vizinha vila de Abrantes.
Hoje, a Ponte de Santo Antoninho tem a classificação de Conjunto de Interesse Público.
(Imagem retirada do portal da CMC)

A ponte que une os concelhos de Vila Nova da Barquinha ao sul do concelho de Constância foi  construída sobre o Tejo em 1861. Rapidamente foi substituída entre 1887 e 1890 sob a responsabilidade da Casa Eiffel. Por ela passa o comboio e, após reabilitação e adaptação, serve o trânsito rodoviário desde 1988.


O senso comum da época antecipou a ineficácia da barca que atravessava o Zêzere pela sua impetuosidade de inverno e previu a necessidade de tornar Constância (nova designação desde 1836) acessível ao viajante mais abastado, que, num futuro não muito distante, se deslocaria em automóvel à procura de uma terra como esta para descansar e ganhar novo fôlego tal como faziam fidalgos, reis e rainhas.
Construída em ferro sobre pilares de alvenaria, com 23 metros de altura,  a ponte foi inaugurada em 1892

O continuo aumento de tráfego rodoviário foi aberto ao trânsito, em 1995, o IP6 (agora A23), o que implicou a construção de uma nova ponte, em betão, poucas centenas de metros a montante.


A Ponte entre o passado e o futuro
A melhoria das vias de circulação está intimamente ligada ao desenvolvimento económico-social dos povos e à necessidade de evasão por múltiplos motivos, sendo a aculturação um deles.

A importância da posição estratégica de Constância no aspecto comercial e militar, como porta de entrada de mercadorias e pessoas de e para Lisboa, mereceu a recuperação do antigo castelo de Punhete pelos Templários, adquirido no seculo XVI por D. Joao de Sande que o transformou num palácio renascentista.
Nele se hospedou D. Sebastião em 1571, dando o foral à Vila de Punhete antes de se perder em Alcácer-Quibir. Também nos  anexos do palácio, na chamada Casa dos Arcos se teria recolhido Luis de Camões que tinha sido deportado.
Cultura e Turismo é um fenómeno que atravessa pontes, do Passado para o Futuro, passando pelo Presente.
Tanto para ver se por cá ficar uns dias

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Por um menor desemprego

Como é que o Estado pode reduzir em 9276 o número de desempregados


Esta crise provocada pelo vírus Covi 19 vai deixar inúmeras e irreparáveis consequências  na sociedade  e na economia, umas positivas e outras negativas.
Positivas:
- O ser humano apercebe-se da sua impotência e incapacidade para lidar com um inimigo invisível, reconhecendo a sua humildade perante a Natureza e a Ordem das Coisas.
- Vai deixar de ser tão consumista, será mais responsável nos seus comportamentos, dando maior importância ao Ambiente e aos Recursos Naturais.
- Vai perder muitos vícios e gerir os hábitos
Negativas:
- A economia praticamente que parou, lançando para o desemprego milhares de pessoas a nível nacional.
- Quando a retoma da economia acontecer, com a entrada em funcionamento de todas as actividades que subsistirem, vai ser de uma forma muito lenta, devendo atingir os níveis parecidos ao período antes da crise, daqui a 2 ou 3 anos.
Com uma maior consciencialização social adquirida durante a confinação, o consumo de bens não essenciais vai ser diferente, muito inferior, reflectindo-se num menor desempenho das economias locais.
O Governo pode contribuir para reduzir o número de desempregados se for dada a Pensão de Reforma sem penalização às 3 pessoas mais velhas de cada freguesia do País que tenham mais de 40 anos de descontos e 60 de idade. Um total de 9276 pessoas.
               
Luis Goncalves


A normalização da economia portuguesa debilitada pela crise mundial consegue-se consciencializando-nos que devemos comprar o que é nosso, nomeadamente a nivel de férias e shortbreaks. Sugerimos as zonas de interior como Constância