Após o período de confinamento obrigatório quase simultâneo numa infinidade de países, durante o qual a actividade económica se reduziu praticamente à movimentação de bens de primeira necessidade, esses mesmos países foram-se dando conta de que a economia deveria ser retomada, e, quase em uníssono, adoptando medidas semelhantes, foram reabrindo as actividades num ambiente mais seguro para pessoas e bens.
As medidas adoptadas para reduzirem o perigo de contagiar e de ser contagiado não diferem muito de país para país.
Dois tipos de comportamento humano resultaram do período de confinamento:
• A valorização do mundo à volta de si, espaço pessoal e familiar, numa adaptação conjunta a novos hábitos e eventual controlo nos consumos e uma consciencialização ambiental e cívica mais convicta.
• O desejo desenfreado da evasão, como se de uma libertação se tratasse, com resultados diferentes: uns de contestação e, desobediência praticando actos desaconselhados, como que desafiando a autoridade e a legalidade das normas, e outros de pura evasão, com vincado desejo de viajar, mesmo sabendo que terão de conviver com a ameaça do Covid19 enquanto não surgir a vacina que o erradique.
• O turismo doméstico está em ascensão, visto por uns como um dever de solidariedade nacional e outros como acessibilidade económica e oportunidade de aprofundar os conhecimentos culturais dos seus países.
A procura de informações do destinos e reservas cada vez mais online, os automatismos nos acessos aos edifícios cada vez mais através de aplicações.
O que encontra então o turista neste novo mundo?
O mesmo património que, ao contrário de uma guerra tradicional a pandemia não destrói, e um comportamento humano quase autómato , diria impessoal, igual ao de onde veio, porque a máscara é isso mesmo: mascara a verdadeira personalidade e inibe a comunicação.
Os governos impõem comportamentos aos cidadãos. Uns aceitam, outros evitam, e ainda outros recusam.
Muitos dos que se habituaram às normas e as adoptam como uma coisa natural, diversificam a aparência como se fossem criadores de moda a proporem feitios, cores e tecidos de máscara, que se que fazem pandan com o “prêt-à-porter” feminino, masculino.
Quem responde pelo incumprimento dos clientes? Os responsáveis pelo estabelecimento . Com que autoridade? Agora são polícias? Que podem eles fazer se o cliente não tem máscara nem a quer adquirir, se o cliente deita beatas para o chão (atenção à eficácia do decreto das beatas a partir de 3 de Setembro). Ele não pode aplicar coimas. E a policia está noutro lado.
É triste impor a cidadania através de multas e repressão. Mas se calhar funciona melhor, à falta de (in) formação.
Este é o momento de fazer férias cá dentro.
Luis Gonçalves. Je suis comme ça et j'aime! Penso que sim acho que não ignoro a Liberdade de pensar que conquistei muitos não apreciam a verdade. Nota: Apesar de escrever em desacordo com o ultimo AO, não significa que não observe a evolução. É só porque entendo que a etimologia da palavra é a raíz que sustenta a cultura de um povo.
https://follow.it/quepenatenho
domingo, 19 de julho de 2020
domingo, 14 de junho de 2020
Que mania que tu tens
Tu, que em
todos mandas, tudo ordenas,
Chantageias
todos com a obrigação de protecção usar,
Impedindo as feições de contentamento ou
descontentamento de mostrar.
Não
controlas contudo o desejo e o sentimento
Que brota de
um olhar, de silêncios que falam e tudo dizem num curto momento, porque tu,
minúsculo ser, não passas de um desprezível verme sem discernimento.
sexta-feira, 22 de maio de 2020
Segredos da Promoção Turistica
Afastado
oficialmente, há bastantes anos, do “activo” da Promoção Turística
Internacional, não significa que a ela tenha deixado de me dedicar no meu
dia-a-dia profissional, numa dimensão obviamente relativizada.
Desconheço é
a forma utilizada hoje para transmitir
ao mercado potencial que o nosso empreendimento se enquadra e transmite os
valores históricos, paisagísticos, gastronómicos, enfim todo o património
material e imaterial , e respectivas acessibilidades que motivam a preferência
pela nossa oferta.
A tecnologia
faz muito bem esse papel, porque disponibiliza soluções sugestivas, intuitivas,
que confirmam que uma imagem vale por 1000 palavras.
Será
suficiente? Em temos de restrições de viagens, de “get-togethers” ao vivo, seminários, workshops, meetings online,
sim, é de certeza o meio mais eficaz.
Mas há
urgência em colocar o humanismo nas relações bilaterais no lugar que
conquistou. Especialmente no turismo – o estilo de vida do conhecimento.
Tendo em
linha de conta que este estilo de vida é responsável por astronómicos multiplicadores
económicos, espera-se a comparticipação da economia mundial no desenvolvimento
de antídotos que renovem a segurança, a vontade e o prazer de “turistar”.
Trajecto Pedestre na Natureza, paralelo ao Tejo |
segunda-feira, 13 de abril de 2020
Hotelaria e Restauração no Pós-Crise
Muitas
nações irão considerar actual, e talvez transportem para a realidade o
significado da célebre frase de J. F.
Kennedy: “Não perguntes o que é que o país pode fazer por ti; pergunta
antes o que é que tu podes fazer pelo teu país”.
O sucesso só poderá ser alcançado se a promoção dos empreendimentos estiver em sintonia com as politicas publicas do destino no sentido de transmitir ao mercado confiança e segurança
O sucesso só poderá ser alcançado se a promoção dos empreendimentos estiver em sintonia com as politicas publicas do destino no sentido de transmitir ao mercado confiança e segurança
Nenhum país pode ainda calcular o custo do combate à pandemia Covi19 .
Não podemos
estranhar se vários governos pedirem aos cidadãos um sacrifício extra
materializado numa taxa de solidariedade:
• Faça férias no seu país;
• Contribua com uma percentagem do
subsídio de férias a que tem direito, para levantar a economia do seu país que
foi devastada na assistência aos infectados com o Coronna vírus.
São medidas
discutíveis, porque, se por um lado, melhoram as economias internas, por outro
a economia fecha-se ao exterior.
Porém,
tenhamos em consideração que não haverá estabilidade antes de a vacina indicada para erradicar o virús ser
disponibilizada às populações. Vamos ter 2 ou 3 anos com períodos de
instabilidade, decorrente da ameaça de repetições.
Ora, como a
hotelaria e a restauração são actividades que dependem fortemente da aviação comercial, a composição dos mercados estará condicionada ao desempenho daquelas que vão sobreviver: primeiro por causa da redução ou interrupção de actividade por tempo indeterminado e depois como consequência das condições para a retoma que
forçosamente vai ter que respeitar imposições reguladoras de quota máxima de
ocupação (os passageiros não podem ser transportados como sardinha em lata). A capacidade será reduzida, logo é necessário subir as tarifas aéreas para atingir o limiar de rentabilidade.
Nesta
indefinição de mercado, as empresas hoteleiras e de restauração terão que viver
com o mercado de proximidade, reconhecendo-lhe igual importância a qualquer
outro. Mas note-se que o mercado interno não pode ser tido como mercado de
recurso. Quanto a mim é o que deve ser mais valorizado e acarinhado:
Hotéis com
mercado nacional e espanhol e os restaurantes com o mercado vizinho: regional e
nacional, desde que sejam capazes de transmitir a diferença em relação à
concorrência.
Porém, nada
vai ser como dantes, e vejamos quais as empresas que se manterão (na posse dos
mesmos ou na posse de novos titulares).
Da maneira
como vejo as coisas antecipo mudanças radicais, por um lado em obediência a
regulamentações que vão surgir e por outro na forma de exploração adequada à
rentabilidade do empreendimento. Não é minha intenção (nem tenho a capacidade
de) influenciar designers, criativos,
engenheiros nem empreendedores.
• Estabelecimentos acessíveis ao publico
após passagem por uma cabine de detecção e eliminação de agentes contaminantes
em roupa e calçado e vários pontos de higienização de mãos.
• Estabelecimentos dotados de guichets
de atendimento.
• Popularidade no uso de aplicações
móveis para interagir com clientes.
• Tendência a acabar com a prestação do
serviço de pequeno almoço tal como o conhecemos.
• Aumento de área das zonas publicas
onde serão implantados espaços self-service e espaços onde clientes poderão
confeccionar as suas próprias refeições, e pequenas lojas gourmet ou
mini mercados para eles se abastecerem.
• Maior frequência de conferências
online, reduzirão a importância do até agora indispensável mercado dos
congressos para hotéis de 4 e 5 estrelas.
·
Maior
número de reservas directamente com o hotel e com agências de viagens em detrimento das agências online
(OTA’s. )
• Tendência para que seja o cliente a definir a classificação dos empreendimentos e não a tutela; em vez de estrelas os hotéis novos apresentar-se-ão ao mercado como temáticos (histórico, natureza, gastronómico, rural, citadino, exclusivo...), maior informalidade e uma
cada vez maior preferência pela hotelaria familiar por aqueles que procuram
experiências genuínas.
·
Roupa
de cama descartavel,
·
Túnel
entre os vestiários dos empregados e a secção de trabalho com pontos de
eliminação de odores e vestígios de agentes contaminantes.
·
Equipamento
Pessoal de Protecção Anti-bacteriana.
·
Elevado
índice de intervenção IOT (internet das coisas) na operacionalidade de utensílios:
abrir portas, torneiras, etc.
·
Elevado
recurso à robótica.
Um elevado grau de conhecimentos tecnológicos será exigido não só aos gestores como também aos que processam toda a operação hoteleira.
Um elevado grau de conhecimentos tecnológicos será exigido não só aos gestores como também aos que processam toda a operação hoteleira.
terça-feira, 7 de abril de 2020
Constância - A Terra das 4 Pontes
As frequentes
cheias do Tejo e do Zêzere impediam a circulação de carroças e de animais na
única via de circulação – a Estrada do Campo.
A Ponte de
Santo Antoninho Foi mandada construir por D. João VI, em 1825 “para utilidade
pública”, enquanto se abria a então
chamada Estrada Nova, a ligar Punhete (actual Constância) à vizinha vila de
Abrantes.
Hoje, a
Ponte de Santo Antoninho tem a classificação de Conjunto de Interesse Público.
(Imagem retirada do portal da CMC)
A ponte que
une os concelhos de Vila Nova da Barquinha ao sul do concelho de Constância foi
construída sobre o Tejo em 1861. Rapidamente
foi substituída entre 1887 e 1890 sob a responsabilidade da Casa Eiffel. Por
ela passa o comboio e, após reabilitação e adaptação, serve o trânsito
rodoviário desde 1988.
O senso
comum da época antecipou a ineficácia da barca que atravessava o Zêzere pela
sua impetuosidade de inverno e previu a necessidade de tornar Constância (nova
designação desde 1836) acessível ao viajante mais abastado, que, num futuro não
muito distante, se deslocaria em automóvel à procura de uma terra como esta
para descansar e ganhar novo fôlego tal como faziam fidalgos, reis e rainhas.
Construída
em ferro sobre pilares de alvenaria, com 23 metros de altura, a ponte foi inaugurada em 1892
O continuo
aumento de tráfego rodoviário foi aberto ao trânsito, em 1995, o IP6 (agora
A23), o que implicou a construção de uma nova ponte, em betão, poucas centenas
de metros a montante.
A Ponte
entre o passado e o futuro
A melhoria
das vias de circulação está intimamente ligada ao desenvolvimento
económico-social dos povos e à necessidade de evasão por múltiplos motivos,
sendo a aculturação um deles.
A
importância da posição estratégica de Constância no aspecto comercial e
militar, como porta de entrada de mercadorias e pessoas de e para Lisboa,
mereceu a recuperação do antigo castelo de Punhete pelos Templários, adquirido
no seculo XVI por D. Joao de Sande que o transformou num palácio renascentista.
Nele se
hospedou D. Sebastião em 1571, dando o foral à Vila de Punhete antes de se
perder em Alcácer-Quibir. Também nos anexos do palácio, na chamada Casa dos Arcos se
teria recolhido Luis de Camões que tinha sido deportado.
Cultura e
Turismo é um fenómeno que atravessa pontes, do Passado para o Futuro, passando
pelo Presente.
Tanto para ver se por cá ficar uns dias
Tanto para ver se por cá ficar uns dias
segunda-feira, 6 de abril de 2020
Por um menor desemprego
Esta crise provocada pelo vírus Covi 19 vai deixar inúmeras
e irreparáveis consequências na sociedade
e na economia, umas positivas e outras
negativas.
Positivas:
- O ser humano apercebe-se da sua impotência e incapacidade
para lidar com um inimigo invisível, reconhecendo a sua humildade perante a
Natureza e a Ordem das Coisas.
- Vai deixar de ser tão consumista, será mais responsável
nos seus comportamentos, dando maior importância ao Ambiente e aos Recursos Naturais.
- Vai perder muitos vícios e gerir os hábitos
Negativas:
- A economia praticamente que parou, lançando para o
desemprego milhares de pessoas a nível nacional.
- Quando a retoma da economia acontecer, com a entrada em funcionamento
de todas as actividades que subsistirem, vai ser de uma forma muito lenta,
devendo atingir os níveis parecidos ao período antes da crise, daqui a 2 ou 3
anos.
Com uma maior consciencialização social adquirida durante a
confinação, o consumo de bens não essenciais vai ser diferente, muito inferior,
reflectindo-se num menor desempenho das economias locais.
O Governo pode contribuir para reduzir o número de
desempregados se for dada a Pensão de Reforma sem penalização às 3 pessoas mais velhas de cada
freguesia do País que tenham mais de 40 anos de descontos e 60 de idade. Um
total de 9276 pessoas.
Luis Goncalves
sábado, 28 de março de 2020
Futuro da Hotelaria
Antes do fim
de 2019 eu li num meio qualquer de comunicação social uma noticia que previa
uma crise financeira internacional mais grave e mais duradoura do que a de
2008.
Também no final do mesmo ano ou principio
deste, uma destacada personagem europeia na cena financeira internacional
afirmava numa entrevista a um jornal espanhol que o grande problema da Europa
era ter cada vez mais pensionistas com uma crescente esperança de vida, e que
cabia a cada estado encontrar a solução.
Ontem abri
uma ligação Twitter para uma entrevista do Governador de um Estado
norte-americano na qual afirmava que se alguém entre a população mais idosa
quisesse morrer voluntariamente, estava a ajudar a economia.
Parece até
que a pandemia é uma resposta aos problemas elencados por aquelas
personalidades. O problema é que o vírus que a provoca tanto entra no rico como
no pobre, com efeitos devastadores.
E o sector
de hotelaria?
Na tentativa
de reinventar, seguindo de algum modo as tendência de Turismo, novas fórmulas
de alojamento foram surgindo, proporcionando ao turista a experienciação de
algo novo dentro de um conceito de informalidade.
Este
fenómeno que apareceu muito rapidamente, coincidiu com clima de alteração
social e de segurança de outros países, o que tornou Portugal um relevante
destino turístico alternativo, com crescimentos anuais de entradas e de
dormidas muito importantes.
Esta
realidade atraiu investidores, pequenos e grandes, que viram na actividade de
alojamento em hotelaria convencional e AL uma grande oportunidade de negócio e
de alguma especulação, em certa opinião pública.
E o que se
segue?
Uma inglória
batalha em todo o mundo contra um micro-organismo que causa pânico, ansiedade,
que faz parar movimentações, aumentando implacavelmente as dificuldades em cada
dia que passa, para grandes e pequenos. Quem se safa? Quem se vai aguentar? Os
grandes ou os pequenos? Costuma-se dizer que quanto maior é a nau, mais grande
a tormenta.
Em 1974 toda
a hotelaria nacional entrou em crise por causa da alteração política. Mas o
Estado ajudou os hotéis e outras categorias de alojamento de qualquer dimensão
através do IARN, no realojamento de cidadãos das ex-colónias que se tornaram
independentes.
Será que
voluntariamente alguns hotéis transformarão provisoriamente algumas áreas em
alojamentos hospitalares, não só como resposta à urgente necessidade, mas
também como forma de se manterem em funcionamento mediante subsídios retributivos
do Estado?
Já sobre os
AL’s não recairá essa opção do Estado, porque a logística exige uma determinada
dimensão e panóplia de serviços.
No fim, uma
coisa é certa. Muitos negócios de oportunidade vão ser feitos por quem puder;
muita mudança de propriedade vai acontecer; não só em hotelaria.
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