Por mais perfeito e
abrangente que seja um SCSD (Sistema Computacional de Suporte à
Decisão), os outputs de tal sistema não podem constituir a
verdade absoluta nem serem uma garantia insofismável de êxito ou de
insucesso.
Usar como garantia a
decisão do sistema seria aceitar a ditadura da tecnologia.
O resultado do modelo
computacional utilizado é, somente, um apoio à decisão, que tem
que ser tomada depois de uma profunda análise de simulações de
diversos cenários feitas por inteligência humana e naturalista.
Enquanto a IA nos
apresenta, suponho, resultados baseados em decisões lógicas num
ambiente de ciências exactas, indiscutíveis, a inteligência
natural reúne várias linhas de pensamento, aplica a experiência,
analisa o ambiente, com o concurso de várias sensibilidades e pontos
de vista.
A oportunidade de efectuar
qualquer investimento, independentemente da sua dimensão, tem que
ser criteriosamente estudada. Investir em hotelaria tem enormes
impactos financeiros, económicos, sociais e ambientais.
Num mundo VICA (Volátil,
Incerto, Complexo e Ambíguo) é de admirar a coragem de investidores
em hotéis.
Fala-se em zonas
saturadas, fala-se em cultura e em ambiente, fala-se na enorme
dificuldade em recrutar Recursos Humanos, fala-se em aspecto
degradante de cidades cujas vias estão ocupadas por tendas, papelões
e cobertores que servem de abrigo a pessoas excluídas do sistema.
Mas a capacidade hoteleira
continua a aumentar. E, pelos vistos, o número de turistas também;
porque somos ainda um país seguro. E porque nos deixamos ir na
sedução das promoções e last minuts, etc, para ter mais
dormidas do que a concorrência.
E porque razão há maior
dificuldade nos RH? Não é só cá. Lê-se que em vários países
também.
Algumas razões são
apontadas:
Baixos rendimentos; falta
de perspectivas; preço de casas para arrendar quando se mora longe e
preço dos produtos de consumo; longas distâncias e, por vezes,
poucos transportes. Falta de conjugação entre os interesses da
entidade empregadora com a qualidade de vida que gostaria;
Inexistência de uma política de felicidade na empresa.
A planificação de
investimento hoteleiro deve prever a construção de bairros sociais
para os seus futuros empregados, em diversas tipologias. Esta
preocupação era realidade em complexos industriais já na década
de 50 do século XX: Bairro residencial, mini-mercado, creche,
escola, centro médico, etc para colaboradores e agregados
familiares.
Providenciar alojamentocondigno a colaboradores, beneficios sociais e pessoais,
perspectivas, e tempo de viverem a vida pessoal ao seu ritmo, é o
caminho para ter colaboradores felizes.