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sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Dia Mundial do Turismo

Desde 27 de setembro de 1980, que é celebrado pela Organização Mundial do Turismo como o Dia Mundial do Turismo.
Foi estabelecido pela terceira conferência da Assembleia Geral da OMT em Torremolinos (Espanha), em setembro de 1979.
Mas em Portugal já se celebrava o Dia do Turista. Geralmente em Abril (Avril au Portugal).
Da celebração constava a oferta de lembrança e flores a turistas, oferta de Vinho do Porto e Docinhos Regionais nos bares dos hoteis e restaurantes.
A celebração era caracterizada por uma acção promocional de dentro para fora.
A celebração que teria mais impacto, dentro da perspectiva "De Pessoas para Pessoas", seria a participação de turistas em actividades desportivas ou culturais promovidas por entidades, organizações ou grupos de pessoas, terminando, por exemplo, com um concerto "Bem Vindos Turistas" ou Workshop e degustação gastronómica de produtos culinários locais.
Bastava, para isso, a organização da celebração envolver os dirigentes dos diversos meios de alojamento na localidade, para o convite de todos os hóspedes (nacionais ou estrangeiros).
Assim era por aqui: De dentro para fora; do receptor para o emissor; de pessoas para pessoas.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Saturação de Destinos, ou Insuficiente disponibilidade de RH?

 Por mais perfeito e abrangente que seja um SCSD (Sistema Computacional de Suporte à Decisão), os outputs de tal sistema não podem constituir a verdade absoluta nem serem uma garantia insofismável de êxito ou de insucesso.

Usar como garantia a decisão do sistema seria aceitar a ditadura da tecnologia.

O resultado do modelo computacional utilizado é, somente, um apoio à decisão, que tem que ser tomada depois de uma profunda análise de simulações de diversos cenários feitas por inteligência humana e naturalista.



Enquanto a IA nos apresenta, suponho, resultados baseados em decisões lógicas num ambiente de ciências exactas, indiscutíveis, a inteligência natural reúne várias linhas de pensamento, aplica a experiência, analisa o ambiente, com o concurso de várias sensibilidades e pontos de vista.

A oportunidade de efectuar qualquer investimento, independentemente da sua dimensão, tem que ser criteriosamente estudada. Investir em hotelaria tem enormes impactos financeiros, económicos, sociais e ambientais.

Num mundo VICA (Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo) é de admirar a coragem de investidores em hotéis.

Fala-se em zonas saturadas, fala-se em cultura e em ambiente, fala-se na enorme dificuldade em recrutar Recursos Humanos, fala-se em aspecto degradante de cidades cujas vias estão ocupadas por tendas, papelões e cobertores que servem de abrigo a pessoas excluídas do sistema.



Mas a capacidade hoteleira continua a aumentar. E, pelos vistos, o número de turistas também; porque somos ainda um país seguro. E porque nos deixamos ir na sedução das promoções e last minuts, etc, para ter mais dormidas do que a concorrência.

E porque razão há maior dificuldade nos RH? Não é só cá. Lê-se que em vários países também.

Algumas razões são apontadas:

Baixos rendimentos; falta de perspectivas; preço de casas para arrendar quando se mora longe e preço dos produtos de consumo; longas distâncias e, por vezes, poucos transportes. Falta de conjugação entre os interesses da entidade empregadora com a qualidade de vida que gostaria; Inexistência de uma política de felicidade na empresa.


A planificação de investimento hoteleiro deve prever a construção de bairros sociais para os seus futuros empregados, em diversas tipologias. Esta preocupação era realidade em complexos industriais já na década de 50 do século XX: Bairro residencial, mini-mercado, creche, escola, centro médico, etc para colaboradores e agregados familiares.


Providenciar alojamentocondigno a colaboradores, beneficios sociais e pessoais, perspectivas, e tempo de viverem a vida pessoal ao seu ritmo, é o caminho para ter colaboradores felizes.


sábado, 13 de abril de 2024

Viva a Liberdade

 

De ser livre, De exprimir o que pensa,

De respeitar as diferenças, simpatias, crenças, preferências.

Este tema foge um pouco ao género de artigos e opiniões que publico em blogue ou jornal online.

Mas porque se aproxima a comemoração do dia 25 de Abril, que mudou regimes e mentalidades, quis trazer para aqui memórias da minha infância.



O País é tão pequenino, que nenhuma região pode apoderar-se do epíteto “a mais sacrificada”, a "mais explorada", "a mais revoltada"!

Antes da data prestes a ser celebrada, a formatação da sociedade era “ trabalha para te manteres” ou

quem não trabuca não manduca”. E cedinho, de tenra idade, se absorvia este princípio.

A riqueza estava na terra, porque era dela que saíam os alimentos. Pouca maquinaria, trabalho braçal. Pouca maquia, tracção animal.

E as cantigas para se transformar a tristeza em alegria originaram a riqueza do cancioneiro popular. Em todas as regiões.

Numas terras, de sol a sol, noutras, antes do sol nascer até a noite cair.

Couves e batatas ao almoço, caldo com “sustança” à noite.

Os jornaleiros (homens que trabalhavam à jornada, do nascer ao por do sol ) manifestavam o seu desagrado com a cantilena:

Pão boleinto, binho binagreinto, sardinha salgada? Descansa corpo, trabalha enxada!”




Interpretação: Esta é uma oração consecutiva à oração principal que não está no texto: "Tu dás-me"  pão com bolor, sardinha salgada, vinho já com sabor a vinagre, então a enxada que trabalhe sòzinha. 

Há outra frase que interpretava o mal-estar da exploração laboral: "de graça e a seco, que trabalhem os cães" (sem retribuição nem comida...)

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Que mania tens tu de ser sempre do contra

 

- Sou assim, que é que queres? Eu sei que não fazia melhor, porque não estudei para isso. Mas…


- Quem lá está sabe o que faz. Estudou.

- Paleio. Vê lá tu: Quem por lá passa apregoa que é preciso captar investimento estrangeiro. Mas porquê estrangeiro? O português não presta?

- Quem sabe diz que é preciso internacionalizar a economia; lançar a marca Portugal além fronteiras…

- A nossa economia é exportada. Vê lá tu a quantidade de turistas que consomem os nossos produtos. São mais de 30 milhões que deixam cá 25.000 milhões de Euros . Pelas minhas contas devem consumir 60 milhões de pequenos -almoços e 120 milhões de refeições, e outras coisas.

- Tens muita razão, mas o que os entendidos pretendem é a diversificação da economia; especialmente a chamada economia verde, através da implantação de sistemas alternativos para a produção de energia.

- Tretas. Isso só beneficia grandes grupos internacionais. Porque raio é que não somos nós a desenvolver esses sistemas? Têm que vir empresas lá de fora devastar as nossas florestas para implantarem paisagens de painéis de cristal… Porque é que não fazem isso lá no país deles?

- É o dinamismo do mercado…

- Pois.. vamos lá a ver se são daqueles investidores que recebem subsídios do estado, contratualizam empréstimos, não pagam a ninguém e desaparecem. Sobra para nós...

- Estas coisas são controladas...

- Pensas tu. Adiante:  só aproveitamos 30% da água da chuva. Existe energia mais limpa que a produzida pela água?

- Mas aprisionar os recursos hídricos prejudica a biodiversidade.

- E implantar painéis fotovoltaicos não prejudica o clima e consequentemente a saúde das pessoas?

- Tens que ver que “Os principais objetivos da economia verde acabam coincidindo com os pilares da Agenda 2030, já que ambos buscam desenvolver energias renováveis e mais acessíveis, cidades sustentáveis, ações climáticas e a diminuição das desigualdades.”

- Qual o destino desses milhões de painéis em fim de vida? Existe capacidade para a manutenção dos sistemas? Ouvi dizer que não… Olha, tenho o ADN de um outsider. Vou ali e já venho.



quarta-feira, 6 de março de 2024

Segredos que a Natureza guarda

 



Um passeio ou caminhada pela zona mais rural de Constância, ladeada pelos Zêzere e Tejo, transporta-nos numa viagem introspectiva numa prova de que não conseguimos apagar as nossas origens: sociais e geográficas.

Lembro-me de, na minha infância, brincar ao bugalho com os meus irmãos ou amigos: Cada um com um pequeno pau a fazer de raquete. Dizíamos "brincar à bojarda". O bugalho era como se fosse a bola de ping-pong.

Pensava eu que as carvalhas davam as glandes (bolota) e os carvalhos os bugalhos. Mas não.

Os bugalhos não são frutos, mas sim estruturas que as plantas produzem em resposta a agressões externas, especialmente picadas de insectos. É como se fossem tumores. Que depois têm a sua utilidade na biodiversidade.


A floração ocorre entre abril e maio, com a floração feminina e masculina desfasadas no tempo, de forma a evitar a autofecundação, já que a espécie é monoica. As flores masculinas são amentilhos filiformes e as femininas, amentilhos pequenos e arredondados. O fruto, a bolota (glande), amadurece entre setembro e outubro.”-In Gulbenkian

Se, naquele tempo as glandes (bolotas) serviam para produzir ingredientes para a terra e para alimentar os o porcos, hoje em dia há um aproveitamento total para a produção de matéria-prima alimentar, perfumaria e cosmética. Pioneiros na investigação e desenvolvimento para a transformação deste produto, Pedro Babo e um colega de formação em biologia molecular, criaram a startup Landratech internacionalmente reconhecida e premiada pela inovação. A comercialização é através do Armazém da Bolota. 

Os responsáveis têm como meta a transformação de uma centena de toneladas de bolota anual, para responderem à crescente procura nacional e internacional.

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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

O que é e o que deveria ser celebrado em Constância

 A situação geográfica de Constância foi sempre muito importante na defesa da Linha do Tejo e do comércio.

A construção naval de meios de transporte para escoamento de  mercadorias, comércio de víveres e vestimentas, transporte de pessoas e de defesa por via fluvial, foi o ganha-pão durante séculos de homens que se dedicaram a actividades fluviais (marítimos, mercadores, artífices).

Os marítimos escolheram a Segunda-Feira de Páscoa como o dia dedicado a Nossa Senhora da Boa Viagem como agradecimento por terem chegado sãos e salvos das viagens do passado e pedir-Lhe protecção para as viagens que haveriam de se seguir.

Constava esta devoção de uma procissão e da benção de barcos no Rio Tejo frente a Constância. Assim aconteceu dezenas e mesmo centenas de anos, enquanto os rios eram a via mais rápida para chegar a outras povoações, vilas e cidades.Até à popularização da circulação automobilistica e ferroviária. 

A tradição foi retomada pela Câmara Municipal no final da década de 80 do século XX, ligando o fim-de-semana da Páscoa às Festas, de cuja ligação resultou as Festas do Concelho e da Boa Viagem.

Programa das Festas 2024



A segunda manifestação cultural é a evocação a Camões no dia 10 de Junho, celebrando as Pomonas Camonianas (Pomona era a deusa dos Pomares que Camões invocava para escrever da beleza natural, amor e fertilidade).



Quanto a nós há mais razões para Constância celebrar factos históricos:

* 30 de Maio

Por Carta de Sentença Régia de 30 de Maio de 1571, Dom Sebastião fez vila o lugar de Punhete, desanexando-o da jurisdição de  Abrantes. Elevou Punhete à categoria de vila, criou o concelho e fixou-lhe o termo, desvinculando-o definitivamente de Abrantes.

* 7 de Dezembro 

Dona Maria II, casada com Dom Fernando Saxe Cobourg-Gotha, empreendia deslocações a Punhete com alguma frequência, porque o seu ministro do Reino, Passos Manuel,  natural do Ribatejo, passava aqui longas temporadas. E aqui casou com D. Gervásia Falcão.

Sem quaisquer obstáculos urbanísticos, o misticismo da bacia formada pelo Zêzere e pelo Tejo trazia-lhe à memória o lago Constance na Austria, de onde Dom Fernando era natural.
The Church of Saint George, Wasserburg on Lake of Constance, the third largest lake in Europe. 

Teria sido esta a imagem que Dom Fernando descreveu a D. Maria II para a sensibilizar para a mudança de nome da vila.

Dotado de enorme sensibilidade pelas artes e pela beleza, interferiu junto da Rainha para que outra denominação fosse atribuída a Punhete. E assim, por decreto real de 7 de Dezembro de 1836, Punhete passou a denominar-se Constância, com o epíteto "Notável Vila da Constância".

E este dia não é celebrado; mas devia.

sábado, 27 de janeiro de 2024

Over Tourism ou a Subjectiva Saturação de Destinos

 


A expressão “Turismo em Excesso” tem uma grande carga subjectiva. Este termo representa o sentimento de residentes, titulares de negócios de um determinado destino turístico. Tende a ser (tardiamente) reconhecido por decisores políticos que, pressionados pela necessidade de colocar no mapa as suas “quintinhas”, seguiram o caminho do desenvolvimento parcialmente fundamentado.

Pessoalmente, não creio que haja turistas em excesso; considero é que o fenómeno ocorre porque há infra-estruturas insuficientes para o acolhimento do triplo ou quádruplo da população residente.



Não se pode negar o enorme contributo das actividades relacionadas com o Turismo no equilíbrio económico de uma região ou país, nem ignorar os impactos negativos.

Alguns destinos tendem a impor “quotas” de turistas e de actividades para reduzir esse imapcto, porque, por mais que se tente o contrário, a concentração ocorre nos tradicionais períodos de férias. Desconcentrar a procura seria a lógica solução.

Todos os intervenientes, turístas, sector público e sector privado, devem encontrar a  fórmula para um turismo  responsável;  maximizar impactos positivos e minimizar os negativos.

Veneza, é um exemplo disso, ao anunciar medidas restritivas a partir de Junho:

As visitas turísticas são interditas a grupos superiores a 25.

Não podem ser utilizados megafones.

Não pode haver paragem nas ruas, nas pontes e caminhos.

De notar que, a partir da Primavera deste ano, será cobrada uma taxa diária de 5 Euros a cada visitante.