Distraidamente
batia com esferográfica na testa enquanto, do meu mirante, olhava o que se passava no exterior nesta
calma tarde de domingo, perscrutando ao mesmo tempo a minha mente na tentativa de encontrar matéria e
inspiração para a escrever qualquer coisa.
Era para
abordar o lado céptico de alguns hoteleiros no que às OTA’s diz respeito, mas o
quadro que vi fez-me mudar de ideia:
Um
carro cheio de pessoas estacionou. Dele saiu um homem com um cão de médio
porte, preso por uma trela. Encaminharam-se para o passeio um pouco mais atrás do carro, onde o animal se aninhou. Deixou lá o presente que não era pequeno. Na sua linguagem comunicou ao dono que já estava
pronto e lá regressam os dois à viatura, sentando-se ao lado do condutor que, pela idade, seria tio ou sogro.
A dimensão
ambiental na estratégia de RSE (Responsabilidade Social da
Empresa), está sem dúvida, mais desenvolvida na indústria hoteleira, como destacado
Pili Malagarriga, sócio-gerente da consultoria Segundo Mundo. Ela abarca
critérios de sustentabilidade das economias do planeta e de custos, mas não
devemos esquecer que tanta importância tem ser eco-friendly como human-friendly.
Respeitar os direitos humanos e estabelecer as condições de trabalho que
permitam uma vida digna para os trabalhadores da área da hospitalidade é um dever fundamental dos empregadores.
A consultora
Nielsen conduziu um inquérito entre Janeiro e Junho de 2014, no qual, mais de
metade dos inquiridos declarou-se disposta a pagar um preço extra por produtos
e serviços com origem em empresas social e ambientalmente activas. Por
região, a percentagem dos que preferem uma compra responsável é maior na
Ásia-Pacífico (64%), América Latina (63%), Oriente Médio / África (63%),
Nordeste (42 %) e na Europa (40%).
Por outro
lado, o relatório ‘Sustainability’s
strategic worth’, de McKinsey, refere
que esta tendência é compartilhada pelos executivos e CEOs das empresas.
Por tudo
isto, é fundamental que os hotéis comuniquem com o mercado a sua política de
sustentabilidade.
Mas não há
dúvida, também, muitos consumidores não esperam
pagar mais para o ambiente porque acreditam que a sustentabilidade
ambiental é um padrão da empresa sem que
o consumidor tenha de pagar mais.
O Turismo de
Portugal IP gere a iniciativa JESSICA –
Joint European Support for Sustainable Investment in City Areas , que se
traduz num inovador instrumento de engenharia financeira desenvolvido pela
Comissão Europeia em colaboração com o Banco Europeu de Investimento e com o
Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa, e inscreve-se no objectivo de
reforço da dimensão urbana na política de coesão da União Europeia através da
recuperação e reaplicação dos fundos estruturais previstos nos Programas
Operacionais do QREN.
Enquadrava-se perfeitamente nesta medida o desvio de uma
pequena fatia desses milhões para "dinamização cívica das populações", transmitindo-lhes os valores da cidadania
que se resumem na prática de acções que respeitem o ser humano e o património
material e imaterial público e privado.
Mas o que é isto, comparado com o lixo os "jornais"do Panamá denunciam?
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