Desde o Outono até ao Verão dos anos 1971/1972 eu fui um
permanente frequentador do nº 40 da
avenida de Portugal no Estoril entre as
15h00 e as 17h30. Embora eu já trabalhasse em hotelaria havia 4 anos, foi nesse
período que eu adquiri as primeiras noções de organização e compreensão dos
trabalhos que eu já sabia fazer na Recepção do hotel onde trabalhava.
Foi nesse edifício que funcionou a Escola Hoteleira do
Estoril sob a dependência do então Centro Nacional de Formação Turística e
Hoteleira. Fui um dos alunos da “primeira fornada” do curso de Recepção.
Nesse tempo, nos pequenos hotéis, o recepcionista tratava da
correspondência, reservas, “fazia” a “Main Courante” , e outras múltiplas
tarefas. Por isso, antes de me ausentar, deixava a correspondência já tratada e
pronta a seguir depois de assinada; às
vezes ainda tinha tempo de fazer umas promoções via telex
em difusão, marcando o 119+ seguida dos endereços, ou de responder a um
telegrama telefonado com o texto “Reserva ALDUABAT POGOK OK”.
O sistema A.I.D.A. que o professor da disciplina de Recepção Feliciano Barroso (que viria a falecer
nesse ano de acidente com uma caldeira) nos ensinou, caíu-me no “goto” e sempre o
utilizei. Mas o que me marcou mais foi o FEEDBACK; um termo que o professor de Relações Públicas e
Comunicação nos ensinou e explicou que era uma ferramenta de marketing e em que circunstâncias se aplica: “Por vezes os
canais podem sofrer de interferências e a mensagem não ser bem recebida e
compreendida pelo receptor”. Por isso, o emissor confirma se o receptor a
recebeu e prontifica-se a prestar informações complementares.
Eu fiz um brilharete . Na minha terra, em que a maioria da população
era analfabeta, eu era o menino prodígio. “Este rapaz é escorreito. Até sabe o que é o “fio do
béque…” não é isso. É o FIDEBÉQUE, homem!
Nos dias de hoje, as nossas caixas de correio electrónico
são invadidas por mensagens aliciantes ao consumo, à compra, à decisão, algumas
delas mesmo com uma falsa personalização. Se
queremos explicações e, pedimos informações pelo mesmo meio, a maioria
das vezes não nos respondem. Ou não sabem do que se trata. Quer dizer: mostram o produto, anunciam-no, mas não o
disponibilizam. Outras vezes, depois de nos tornarmos membros daquela coisa,
continuamos a receber as mesmas propostas.
As empresas gastam recursos com meios próprios ou pior, por
“outsourcing”, sem qualquer forma de gerir comunicações, medir a eficácia e, mais grave ainda, de não
fidelizar o cliente.
Imagens da Av. de Portugal no Google
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