Portugal é
extremamente rico em património. Incontável o número de turistas e visitantes
(portugueses cada vez mais) que, de máquina ou telemóvel em punho, registam em
imagem a exaltação de gerações que nos precederam.
Grande parte
dele foi construído pelos nossos regentes do passado em locais estratégicos para a
defesa do território; outros foram
construídos como símbolo da visão de quem nos regia e do sucesso dos feitos dos
Portugueses e, alguns, ainda, como manifestação de
religiosidade e agradecimento pelas conquistas alcançadas e vitórias ganhas.
Alguns deles, beneficiando de invejável exposição paisagística, foram no passado transformados pelo Estado Português em pousadas que transmitiam ao turista os valores e os sabores de Portugal, sendo imposto ao concessionário a oferta de pratos regionais nas ementas.
Pousada do Porto, Palácio do Freixo, Campanhã, Porto, Portugal
Cheios de
simbolismo, os monumentos guardam trechos de história moderna e contemporânea
que são património daquilo que se convencionou chamar memória colectiva.
A memória
não pode ser apagada sendo necessária a intervenção técnica em muitas
edificações que apresentam elevado estado de degradação e mesmo
alguns problemas de segurança.
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É
conhecida de todos a dificuldade do estado em acudir financeiramente
a todas áreas essenciais (educação, saúde, segurança). Para essa finalidade elegemos governantes.
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Todos
sabemos que todos nós somos chamados a pagar as necessárias intervenções no património português através de taxas e impostos, independentemente de usufruirmos ou não dos bens culturais intrínsecos à
monumentalidade de que se falou.
·
Ora,
se um edifício que se pode chamar histórico, apresenta degradação e há
interessados particulares ou empresas na sua reabilitação, a custo zero para o
estado (TODOS NÓS), porquê a oposição,
mesmo antes de se saber se aos promotores da reabilitação e adaptação é exigida a manutenção de um
espaço condigno para a guarda das memórias que determinado monumento encerra, e a
garantia de se manter aberto a visitações?
Que pensar da transformação de Igrejas da Europa e Estados Unidos de mais do que uma confissão religiosa em bares, restaurantes, teatros, livrarias, etc.? Que se saiba não houve manifestações públicas. Perceberam que os ministros desses locais de culto compreenderam que fieis alteraram a sua prática religiosa, que a igreja deixou de ser uma comunidade e factor de união; como consequência as contribuições dos fieis para a manutenção da sua igreja diminuíram a um nível nunca antes imaginado. Foram esses mesmos pastores e sacerdotes que tiveram de imaginar e pôr em prática esta engenharia financeira.
Igreja e Mosteiro de Travanca , Amarante (Beneditinos) na lista de concessão a privados num entendimento entre a Cultura e o Turismo
O programa REVIVE é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada, que contribui para a afirmação do TURISMO CULTURAL nas nossas aldeias, vilas e cidades, com todas as vantagens económicas e sociais consequentes.
Fonte
Luís Gonçalves
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