Receber cartas para reservar
um quarto para a família, um quarto “couriers” para o “chauffeur”
e outro para a “Nanny e” “Infants” para a época estival, durante dois ou
três meses era uma rotina a que os hotéis de maior renome localizados em zonas
balneares se habituavam logo a partir de
Janeiro de cada ano.
Mudanças radicais desde então se sucederam. Tanto a nível da procura como da oferta, não
sendo para mim claro se a oferta se adaptou à procura ou vice-versa.
Ainda hoje a oferta hoteleira se concentra nas zonas de
praia e nas principais cidades, mas até há cerca de 20 e tal anos as regiões do interior do país não tinham
grande expressão nas estatísticas de turismo.
De então para cá cadeias internacionais se implantaram
também em vilas localizadas fora do litoral, munidas de potentes ferramentas
de marketing e técnicas de gestão.
A globalização e acessibilidade que as novas tecnologias
favoreceram, encarregaram-se da divulgação do património histórico, cultural e
étnico de recantos remotos até há pouco conhecidos só por alguns, dando-lhes
importância na oferta turística local. E, como resposta, o surgimento de um
segmento de mercado turístico que busca a autenticidade, o paisagismo, a
natureza, os usos e costumes locais, as
tradições, a gastronomia, nos mais belos
e autênticos recantos de Portugal.
A lei portuguesa proporcionou o aparecimento de novas
fórmulas de alojamento para dar resposta a essa procura. E com ela, o
desenvolvimento de uma economia local que terá de ser inclusiva.
As Autarquias Locais são chamadas a garantir a
sustentabilidade económica aproveitando a característica inclusiva do Turismo:
- Ser agente facilitador das
dinâmicas, divulgador das tradições, coordenador da economia inclusiva, como,
por exemplo, contratualizar com proprietários de terrenos com aptidão agrícola,
promover a aptidão agrícola dos terrenos que a própria autarquia possui,
sensibilizar as populações locais para encontrar a sua própria sustentabilidade
constituindo-se em pequenas sociedades, em cooperativas ou em grupos
exploradores de hortas comunitárias, por forma a que seja mantida a produção
local e os produtos autóctones sejam
consumidos e comercializados na localidade.
- Intervir junto dos organismos competentes para que subsídios de desemprego atribuídos a
pessoas capazes sejam substituídos por
subsídios para “start ups” de cariz local para a promoção, manutenção e rendibilidade dos usos e costumes,
como artesanato, folclore, agronomia.
- Intervir junto dos organismos competentes para a
atribuição de benefícios fiscais para quem produz e comercializa e para quem compra produtos autóctones.
- Promover a formação de toda a população para que cada um
seja um verdadeiro guia de turismo local, um conhecedor do património da sua
região, um convicto promotor do local onde habita e um perfeito educador
ambiental.
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