Por: Luís Gonçalves (candidato à Assembleia de Freguesia de Constância)
Falar de turismo está ao alcance de
cada um, desde que os motores de pesquisa, artigos online,
dicionários electrónicos, passaram a ser os principais recursos
para adquirir conhecimento.
As imprecisões que esta opinião traz
a nu manifestam bem a dificuldade em escrever sobre um tema que
representa uma actividade não estática, que oscila consoante as
marés, que muda de acordo com novas motivações, que se move pela
novidade, na procura do “ser” e não do "ter".
Turismo é o manto protector de um manancial de
actividades – umas mais atraentes do que outras, mas no seu todo, é
uma das mais bonitas e apaixonantes que conheço – e também uma das mais
traiçoeiras pelas razões acima apontadas e muitas mais. Basta o
capricho de uma companhia aérea, do presidente de um país, ou de
um vírus, para diminuir drasticamente, ou mesmo interromper
actividades ligadas ao prazer de viajar e de conhecer.
É indubitável a vantagem de ter
turismo – desde que seja um destino turistico – não tanto
geográfico mas, antes, motivacional.
Porém carecem de profunda análise e
estudo os impactos negativos, em especial a nível da demografia de
uma vila, de uma cidade ou de uma região.
A “febre” do turismo, como da
“corrida ao ouro” se tratasse, aliada à escassez de emprego
causada em grande parte pelo digital e tecnologia, provocou
alterações demográficas mais perceptíveis em pequenos meios no interior do País.
A transformação de muitas casas de
habitação em “AL” e outros investimentos no sector, são provavelmente a causa da indisponibilidade de casas para alugar a preços conscientes. Um
professor, um médico, um técnico, que venha em, missão de serviço
por 6 meses, um ano, 3 anos, não encontra casa para si e familia a preços condignos.
Contràriamente ao que se pensa, a indústria
é uma actividade que também pode ser inovadora. É pouco sensivel aos
acontecimentos internacionais; tem a fama de gerir bem os seus recursos
humanos, considerando-os importantes activos.
Há concelhos do interior que perderam
em 10 anos entre 7 a 10% da sua população, o que aponta para a
tomada de urgentes medidas:
-Reactivar edificios do estado para
instalar polos de formação de activos nas áreas e oficios de
proximidade: (canalização, electricidade, carpintaria, agricultura,
serralharia, etc).
- Transformar edificios do estado em
habitações condignas a preços controlados.
-Potenciar a instalação de polos
tecnológicos e do conhecimento.
- Solucionar a falta de espaços para
estacionamento
Então sim, sentindo a comunidade satisfeita, porque "Fazemos a Esperança Acontecer", o Turismo terá, também o seu lugar.