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segunda-feira, 11 de junho de 2018

A questão da Protecção de Dados Pessoais analisada sob outro prisma

Tem sempre razão, o cliente?
Deixou de ser necessária a autorização da CNPD para a instalação de sistemas de videovigilância. O responsável pelo espaço passa a ser o responsável pelo cumprimento de todas as regras, nomeadamente a de colocar o aviso “Para a sua protecção, este local é objecto de videovigilância”.
Há, porém espaços que, pela sensibilidade das tarefas aí executadas os direitos dos prestadores de cuidados são comprometidos se não dispuserem, apesar da sensibilidade, de sofisticado equipamento de gravação de imagem e, mesmo, de som.
Refiro-me aos Spas com gabinetes de massagens, sauna, etc., onde os clientes deveriam ser obrigados a assinar uma declaração de não-oposição à transmissão de dados pessoais de imagem e identificação às autoridades de investigação criminal e judicial.
Vem isto a propósito de um caso relatado na Revista Canadiana SPA EXECUTIVE de 15 de Maio: O agente de polícia a quem uma jovem terapeuta de massagens tentou apresentar queixa, respondeu que no seu trabalho o assédio sexual não é de estranhar e é mesmo de esperar, porque faz parte daquele género de trabalho.
A CBC deu conta de que Claudia Cavalière, de 20 anos, disse que estava a massajar um cliente que, se começou a roçar na marquesa, virou-se para cima e se começou a masturbar sem nada dizer, a não ser pedir-lhe um lenço de papel.
“She is quoted as saying, “I didn’t know what to do. I just froze.” She left the room and found a colleague who took her to another room. The colleague then went and told the client to leave. “I couldn’t speak. I was hyperventilating. I was crying. I was sitting on the floor in the corner of the room, panicking,” Cavaliere said.”
Nota: O cliente tinha dado identidade e contactos falsos.

SPA Paris

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Desafios, Oportunidades e Dúvidas da Protecção de Dados Pessoais

 Tardiamente a Europa acordou para a realidade do comércio de dados pessoais. Escrevo, obviamente, sem conhecimento de casos concretos, mesmo daqueles casos em que há uma intrusão abusiva na vida privada, para efeitos mercantis ou comerciais, sob a máscara de uma preocupação com a saúde e bem-estar e status quo.
O Regulamento Geral de Protecção de Dados que teve como que um período de adaptação de 2 anos, entra em vigor no próximo dia 25 de Maio simultaneamente nos 28 países-membros da União europeia.
(imagem recolhida da Google)

Ao titular de Dados Pessoais (Cidadão) são consagrados vários direitos: oposição, consentimento, alteração, apagamento, etc.
A empresa que recolhe dados tem de obter o explicito consentimento e dar a explicação de qual a finalidade de dados ( o titular tem o direito de não querer receber um e-mail no dia do seu aniversário, mesmo que seja uma oferta ou promoção).
DUVIDAS
Para algumas empresas, este regulamento vem aumentar o sentimento de cepticismo em relação à Comunidade com mais esta imposição ditatorial que, como tantas outras, não tem em conta a especificidade cultural e civilizacional de cada país.
Para o cidadão comum, este regulamento vem protege-lo de abusos de utilização de seus dados contra a sua vontade; mas não o protege de si-próprio quando divulga os seus dados e estados de alma nas redes sociais.
AMEAÇAS
Poderá perigar milhares de postos de trabalho especialmente operadores de call-centers e de empresas de tele-vendas.
OPORTUNIDADES
As empresas que tratam massivamente de dados pessoas (exemplo os bancos e empresas de telecomunicações ) Entidades e Organismos Públicos necessitam de contratar um DPO (Data Protection Officer), dentro de seus quadros, ou externo em regime de avença ou contratação a tempo parcial. Portanto novas carreiras se vão formando.
Como nota final, todas as empresas que recolhem dados pessoais e os tratam devem implementar internamente o processo. As coimas são dissuasoras.
Mesmo a nível de alojamento e economia corporativa, o cliente tem que autorizar a utilização dos seus dados, saber a finalidade deles e saber quando serão destruídos).
Exemplo de alojamento mesmo em economia relacional

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Competitividade à custa de anti-ética social



  
Os empregados de uma fábrica da Amazon urinam em garrafas de plástico porque receiam serem despedidos se forem às instalações sanitárias/Wc’s.

De acordo com uma investigação que o jornalista James Bloodworth publicou no The Sun, o armazém de Rugeley em Staffordshire, Reino Unido, as ausência dos trabalhadores eram superiores  de 10 minutos porque as casas de banho estão longe da zona de trabalho.
O armazém com 4 andares, onde trabalham mais de 1200 pessoas possui duas casas de banho no piso térreo.

Bloodwirth entrou na fábrica para verificar a situação do pessoal de Amazon. Fez turnos de 10 horas e andou uma média de 16 quilómetros diários no armazém para encontrar um livro sobre baixos salários em Inglaterra.
Além disso apercebeu-se do rigoroso control que Amazon tem sobre os seus empregados, que estão proibidos de usar blusões com carapuço, óculos de sol e não podem entrar com telemóveis por questões de segurança.

De outro lado, a empresa líder de serviços em computação acrescentou que se assegura que todos os empregados tenham fácil acesso às casas de banho, que se encontram a curta distância.

An Amazon spokesman said: "Amazon ensures all of its associates have easy access to toilet facilities which are just a short walk from where they are working.

"Amazon provides a safe and positive workplace for thousands of people across the UK with competitive pay and benefits from day one.
"We have a focus on ensuring we provide a great environment for all our employees and last month Amazon was named by LinkedIn as the 7th most sought after place to work in the UK and ranked first place in the US."

The Sun, 15th April 2018

It meant workers operated a “toilet bottle” system.
Mr Bloodworth said: “People just peed in bottles because they lived in fear of being ­disciplined over ‘idle time’ and ­losing their jobs just because they needed the loo.
Luis Gonçalves à procura de destino

domingo, 4 de março de 2018

Voz aos cidadãos

 “Ouvir a Experiência: A Integração Europeia à Escala Local” foi o tema do 2º debate do programa Small Municipalities Against Euroscepticism que decorreu em Torres Novas nos dias 28/2 e 1/3/2018.
 Co-fundado pelo Europe for Citzens Programme da União Europeia, este programa surgiu na sequência do crescimento de movimentos populistas e consequente eurocepticismo.
 Os parceiros são 11 pequenos municípios e 4 Organizações Não-Governamentais da Croácia, Letónia, Roménia, Hungria, Bulgária, Eslovénia, Portugal (Torres Novas) Sérvia e Macedónia.

Como profissional ligado há muitos anos a actividades na área do Turismo, não posso deixar de me sentir optimista com a contribuição da Comunidade Europeia para a implantação de infra-estruturas em regiões mais carenciadas,  com o desenvolvimento do Turismo no espaço europeu tendencialmente cada vez mais inclusivo em meios mais pequenos e característicos, com a  livre circulação de cidadãos, com o comércio sem barreiras, com a faculdade  de usar uma moeda comum na maioria dos estados-membros.


Como cidadão, compreendo que:
* a falta de comunicação da Europa a nível local,
* as desigualdades de oportunidades entre os cidadãos,
* situações de corrupção em alguns estados-membros,
* a suposta manipulação política na definição  de normas, regulamentos e directivas comuns,
* o desemprego e falta de esperança dos jovens na conquista de protecção social,
* as directrizes que não encaixam na cultura do nosso povo e da nossa economia,
* o receio de falência de sistemas de segurança social, a diferença da qualidade de envelhecimento e prestação de cuidados de saúde pública,
* a cedência a particulares de controlo económico de bens essenciais, como a água, a electricidade, a saúde, a educação, as comunicações, etc., são sentimentos eurocépticos e campo fértil para a implantação de movimentos populistas, com maior expressão desde o inesperado Brexit.

É indesmentível a mais-valia de programas para jovens estudantes como  Erasmus + . Os seus participantes veem aumentada a oferta de oportunidades profissionais, o que coloca a questão do futuro da segurança social do país motivada por uma drástica diminuição de contribuições e um cada vez maior dispêndio em assistência social e pensões devido ao aumento da esperança-média de vida.


E sobre isto, o cidadão precisa de estar muito bem informado, necessita de vislumbrar medidas que protejam o seu futuro e garantam a segurança e  paz, como a existência de uma politica de defesa comum e uma política de saúde e de segurança social comum .

sábado, 20 de janeiro de 2018

Nem tudo a IA descodifica

Nota: Apesar de escrever em desacordo com o ultimo AO, não significa que não observe a evolução. É só porque entendo que a etimologia da palavra é a raíz que sustenta a cultura de um povo.
A imparável evolução da ciência robótica faz-nos questionar sobre qual será o modelo de comunicação em turismo que os turistas escolhem: O mais tradicional, que privilegia o contacto humano, com seus defeitos e virtudes ou o mais evoluído, a caminho da perfeição, cuja racionalidade empurra os racionais para a irracionalidade.

Imagem de Feira das Colheitas em São Sebastião - Travanca- Amarante

Por mais sofisticada que seja a união da ciência e da tecnologia na programação robótica, na IdC (Internet das Coisas) e no desenvolvimento da inteligência artificial (IA), nenhum robot consegue substituir o ser humano.
Na sua missão de receber, dar as boas-vindas, prestar um serviço, o sorriso que aparenta e as frases que articula não deixam de ser como que gestos forçados, automáticos, esperados, como aquele em que as pessoas contratadas para esse fim, batem palmas nos programas e concursos da televisão.
O robôt leva uma vantagem sobre os humanos: não pode ser acusado nem acusar de assédio sexual, resultado, por vezes, de um sorriso ou elogio mal interpretados, precisamente porque não é dotado de emoções, não possui calor humano (por enquanto), embora consiga interpretar o sistema nervoso do seu interlocutor por gestos, volume de voz, temperatura, etc., e reagir em conformidade.


APIS e BOTS regulam as tarefas e definem o comportamento dos humanos na sua incansável escalada da ilusória perfeição e actualização, criando a sensação de que para conseguir as coisas basta carregar num botão. Descobrir coisas sem perguntar. OS PAIS IMITAM OS FILHOS, e não o contrário que é normal na transmissão de valores como a Humildade, a Personalidade, a Vontade, o Respeito, a Realização de Sonhos, o Viver em Sociedade.
O que a Inteligência Artificial nunca traduzirá é os sentimentos subjacentes de expressões como “a casa fica no couto de cima ao pé duma carvalha”, “Coma mais um cibito; não é como na pensão, mas é de boa vontade”, “é só um chisquinho (apesar de o prato estar quase cheio)”, “deve vir cansado da viagem; coma uma bucha e beba uma pinguita”, “ a chuva é de molha-tolos, mas leve um chuço”.
Ouve-se ainda hoje expressões como estas no Portugal autêntico, Portugal de pessoas com sentimentos sinceros e paisagens virgens que marcam a diferença e que é preferido por turistas ávidos do conhecimento e absorção de tradições.


sábado, 30 de dezembro de 2017

Destino Constância

Constancia, rodeada por Tejo e Zêzere, deve o seu nome a D. Maria II.
Constância é uma paragem obrigatória para os amantes de escapadinhas no Portugal Profundo.
A existência de portagens na A23  não pode impedir o normal trafego turistico às vilas e localidades ricas em património construído e imaterial perto do Centro Geodésico de Portugal (Picoto da Milriça), 1 km à frente de Vila de Rei.
Sugere-se o seguinte itinerário:
Porto (ou) Lisboa - Fátima - Torres Novas - Constância. Alojamento numa das unidades de Alojamento Local ou Turismo de Habitação. Prova do doce conventual, representado maioritariamente pelo Queijinho do Céu, confeccionado de forma tradicional e com muita dedicação pelas Irmãs Clarissas que habitam e asseguram a manutenção do Mosteiro de nossa Senhora da Boa Esperança em Montalvo (uma das freguesias do Concelho de Constância). N'O Cafe da Praça, em pleno centro histórico, a 2 metros do Pelourinho. Geralmente caem bem com 1 licor ou vinho do porto, mas também 1 chá ou café.

Um dos atractivos de Constância é a disponibilidade de espaços e ainda a facilidade de estacionar gratuitamente  o automóvel em pleno centro histórico, a escassos metros da praça principal (Praça Alexandre Herculano).  A autarquia, que aposta no Turismo como um importante contributo para a economia local, acompanhará, acreditamos, o actual e o previsível aumento de turistas com a implementação de infra-estruturas públicas e de serviços institucionais. 


Bem pertinho da Praça Alexandre Herculano, na Av. das Forças Armadas encontra-se o Jardim-Horto de Camões, cuja visita vale a pena pela cultura que se assimila e que nos envolve nas aventuras de Luis de Camoes.
Aqui se encontra a esfera armilar que foi transportada de helicóptero de Lisboa para cá, a Távola de Ptolomeu que reproduz os deuses mitológicos a quem Camoes pedia inspiração para narrar, ou protecção para os Lusitanos levarem a bom porto a sua epopeia. Mais de 50 espécies de plantas, arbustos e flores diferentes, sendo cada espécimen identificado por uma estrofe deste poeta, a réplica da sua Casa de Macau, um anfi-teatro acústico, construído em conformidade com as técnicas da Antiguidade Clássica.
Um passeio pelas margens dos rios Zêzere e Tejo que aqui se encontram é revigorante e poetico.
  Visitar o Centro Ciencia Viva e ouvir uma palestra de astronomia é cientificamente muito interessante. Só a paisagem que dai de cima se vislumbra compensaria a deslocação.
Um percurso de Identificação da flora e fauna e usufruto da Natureza, guiado por pessoas especializadas do Parque Ambiental de Santa Margarida, onde se encontra também o Borboletário Tropical é do agrado geral de adultos e crianças.
Seguindo em direcção a Abrantes, não deve perder uma visita ao Castelo.
Em direcção a Vila de Rei sai em Milreu, visita os miradouros Fragas do Rabadao, do Penedo Furado, as quedas das Bufareiras, as Piscinas Naturais. Retomando a estrada visita o monumento do Centro Geodésico de Portugal, a 1 KM de Vila de Rei.
Descobrirá paisagens de encantar na bacia do Zezere, seguindo para Ferreira do Zezere, Dornes, Tomar. E já deve ser tarde. Mas nao perca uma visita ao Castelo do Almourol pertinho do poligono de Tancos, a seguir à Escola Pratica de Engenharia. Entre as 10 e as 12:30 e entre as 14:00 e as 16:30 faça uma curta viagem de barco para aceder ao castelo. Vai imaginar como seria Portugal no tempo dos Mouros, Senhores Feudais e dos Templarios.
Para tudo isto, é aconselhável que fique por cá.
Votos de um Ano Novo muito feliz, pleno de realizações e de paz nos corações.
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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Natal Reciclado ou Natal Comunitário



Sendo o Natal uma quadra festiva com significado especial para as crianças, é natural que a criança que há em nós transporte e evoque as imagens e a magia das histórias que lhe ficaram na memória quando escreve sobre o Natal.
Histórias contadas à lareira, depois da ceia e durante os jogos do "rapa-tira-deixa-põe".
No dia de Natal as crianças acordavam mais cedo  entusiasmadas com a prenda que o Menino Jesus tinha deixado – umas peúgas, camisola, calças, com aquele cheiro a novo, que haviam de levar daí a umas horas à Missa do Dia onde também beijariam o Menino Jesus, que era retirado da caminha de palha na cabaninha do presépio que simbolizava a manjedoura onde nasceu.

O primeiro presépio terá sido montado em argila por São  Francisco de Assis em 1223 na Floresta de Greccio, para explicar mais claramente o Natal às pessoas comuns , na sua maioria camponeses que não conseguiam entender o nascimento de Jesus (em “Teologia, Doutrina, Catequese").

Montar o presépio tornou-se um hábito, com toda a carga simbólica: Familia unida, simples, trabalhadora, crente; a Natureza (montes, pastoreio), o Universo (estrelas) e a Boa Nova (Anjos).
Ir ao musgo aos montes, trazer pedras de vários tamanhos para com elas fazer os relevos dos presépios era um hábito de adultos e miúdos nas aldeias de Portugal.

Há dois mil anos não havia reciclagem, simplesmente se comia ou usava aquilo que se produzia ou fazia; tudo era aproveitado.

A tradição da árvore de Natal começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa. Além das estrelas, algodão e outros enfeites, como velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta.

A Reciclagem

Nos tempos que correm sim, faz todo o sentido o reaproveitamento. Mas o reaproveitamento é o resultado de excesso de consumo.
Pessoalmente não me agrada muito  ver as imagens características de um presépio representadas por garrafas de plástico ou cápsulas de café. Sejamos certinhos durante o ano, respeitemos o ambiente, mas demos a maior dignidade possível ao Natal. 

Não deixemos que a reciclagem retire ao Natal a carga simbólica. Sem quaisquer preferências nem fundamentalismos.

Esta quadra seria mais genuina  se toda a comunidade construísse um presépio num espaço público, sem qualquer protagonismo individual, mas com o espírito de alegria, generosidade, convivência sã, como se de uma verdadeira família se tratasse: O NATAL COMUNITÁRIO.