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segunda-feira, 4 de abril de 2016

Turismo, Cidadania e Sustentabilidade


Distraidamente batia com esferográfica na testa enquanto, do meu mirante,  olhava o que se passava no exterior nesta calma tarde de domingo, perscrutando ao mesmo tempo a minha mente  na tentativa de encontrar matéria e inspiração para a escrever qualquer coisa.

Era para abordar o lado céptico de alguns hoteleiros no que às OTA’s diz respeito, mas o quadro que vi fez-me mudar de ideia: 

Um carro cheio de pessoas estacionou. Dele saiu um homem com um cão de médio porte, preso por uma trela. Encaminharam-se para o passeio um pouco mais atrás do carro, onde o animal se aninhou. Deixou lá o presente que não era pequeno. Na sua  linguagem comunicou ao dono que já estava pronto  e lá regressam os dois à viatura, sentando-se ao lado do condutor que, pela idade, seria tio ou sogro. 

A dimensão ambiental na estratégia de RSE (Responsabilidade Social da Empresa), está sem dúvida, mais desenvolvida na indústria hoteleira, como destacado Pili Malagarriga, sócio-gerente da consultoria Segundo Mundo. Ela abarca critérios de sustentabilidade das economias do planeta e de custos, mas não devemos esquecer que tanta importância tem ser eco-friendly como human-friendly. Respeitar os direitos humanos e estabelecer as condições de trabalho que permitam uma vida digna para os trabalhadores da área da hospitalidade  é um dever fundamental dos empregadores.

A consultora Nielsen conduziu um inquérito entre Janeiro e Junho de 2014, no qual,  mais de metade dos inquiridos declarou-se disposta a pagar um preço extra por produtos e serviços  com origem em  empresas social e ambientalmente activas. Por região, a percentagem dos que preferem uma compra responsável é maior na Ásia-Pacífico (64%), América Latina (63%), Oriente Médio / África (63%), Nordeste (42 %) e na Europa (40%).

Por outro lado, o relatório  ‘Sustainability’s strategic worth’, de McKinsey,  refere que esta tendência é compartilhada pelos executivos e CEOs das empresas.
Por tudo isto, é fundamental que os hotéis comuniquem com o mercado a sua política de sustentabilidade.
Mas não há dúvida, também,  muitos consumidores  não esperam  pagar mais para o ambiente porque acreditam que a sustentabilidade ambiental é um  padrão da empresa sem que o consumidor tenha de pagar mais.

O Turismo de Portugal IP gere a iniciativa JESSICA – Joint European Support for Sustainable Investment in City Areas , que se traduz num inovador instrumento de engenharia financeira desenvolvido pela Comissão Europeia em colaboração com o Banco Europeu de Investimento e com o Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa, e inscreve-se no objectivo de reforço da dimensão urbana na política de coesão da União Europeia através da recuperação e reaplicação dos fundos estruturais previstos nos Programas Operacionais do QREN.

Enquadrava-se perfeitamente nesta medida o desvio de uma pequena fatia desses milhões para "dinamização cívica das populações", transmitindo-lhes os valores da cidadania que se resumem na prática de acções que respeitem o ser humano e o património material e imaterial público e privado. 


Mas o que é isto, comparado com o lixo os "jornais"do Panamá denunciam?

domingo, 6 de março de 2016

Sinais dos tempos: Diversidades


Que se mantenha a diversidade paisagística da Europa;
Que se mantenham as características e linhas arquitectónicas do património que diferenciam um país de outro;
Que a língua continue a ser a mais nobre expressão da cultura de um povo.
Que se evidencie a identidade no que respeita a história, gastronomia, valores culturais de cada país porque, no resto, em pouco mais se diferenciam uns dos outros. Que estes valores sejam preservados porque são eles que nos identificam na diferença e torna atractivos os países para quem, para si, fazer turismo é um estilo de vida e  um meio para alargar os horizontes culturais.


Divagando

Tal como afirma António Justo em “Pegadas do Tempo” …seria de grande oportunidade uma união de esforços em todo o território lusófono, não só no sentido do fomento de projectos culturais comuns mas especialmente na elaboração e fomento de um espaço económico comum que privilegie o parceiro lusófono tal como as potências privilegiam os seus parceiros imediatos.”

 Não virá mal aos britânicos nem ao mundo caso o Brexit se confirme. Os 55 países- membros da Commonwealth manter-se-ão mais unidos do que nunca e aumentarão a sua cooperação.
https://www.hotelscombined.pt/Hotel/Hotel_Convento_Dos_Capuchos_Moncao.htm?a_aid=94438

A Europa, como comunidade, já não é atractiva; é muito IGUAL entre si em muitos aspectos:  - - Pensa-se de maneira igual;
- os objectivos são parecidos;
- O “nervosismo” dos mercados financeiros e o “stress dos bancos” é rotativo e toca a todos os membros, rotativamente;
- muitas das políticas estão dependentes do Consilium  que, às vezes, antes de decidir, consulta os sábios;  
- o dinheiro vale o mesmo em qualquer país-membro; no modelo económico (discutível por quem sabe), no  modelo social, que descarta a pessoa, que é simplesmente um número que se mantém ou se elimina,  consoante os decretos dogmáticos do diktat, económico e tecnológico e tristemente, um dia , também poderá vir a ser toda igual em mentalidades e valores humanistas…
E o turismo? Temos de valorizar,  enaltecer e promover as nossas diferenças cada vez mais  com maior convicção. Que elas sejam o principal atractivo, porque temos de contar também com o valor económico de destinos concorrentes:

·         O fim do controlo cambial decidido pelo governo do Uruguai  beneficiou a entrada de turistas argentinos naquele país.
Em declarações à imprensa, a ministra de turismo do Uruguai, Liliam Kechichian, o movimento de turistas nas primeiras três semanas de Fevereiro aumentou 11% em relação ao mesmo mês de 2015, tendo o maior fornecedor, Argentina, contribuído com um aumento de 23%.
Para este aumento contribuiu, segundo a ministra, a subida do dólar, o beneficio para os visitantes, e uma inflacção uruguaia muito mais controlada do que a do Brasil ou a da Argentina.
·         A taxa de câmbio dos países emergentes são muito valorizadas pelo mercado  turístico.
Brasil, México e África do Sul são alguns dos muitos países emergentes, onde os turistas podem agora beneficiar de taxas de câmbio vantajosas devido às moedas nacionais fracas. Como resultado, os turistas europeus recebem muito mais pelos seus Euros.


O Turismo Residencial - um nicho a explorar
Felizes aqueles que, ao atingir a reforma podem viver no estilo de vida com que sonharam e para isso trabalharam:
Uns adquirem uma propriedade num país acolhedor,  frente ao mar ou na montanha ou numa pequena vila do interior, com bom clima e sol sorridente;
Outros, levam mais a sério a liberdade e compram uma caravana que lhe proporciona diferentes cenários consoante o seu estado de espírito;
http://constancia.net/website/343/index.htm
Mas outros, porque, segundo o jornal Deutsche Welle – Made for Minds
·          Na Holanda, na Bélgica e no Luxemburgo a eutanásia é legal mas mete medo a muitos idosos que, com receio que os familiares disponham sobre eles, preferem emigrar.
Uma análise feita pela Universidade de Göttingen de sete mil casos de eutanásia praticados na Holanda justifica o medo de idosos de terem a sua vida abreviada a pedido de familiares. Em 41% destes casos, o desejo de antecipar a morte do paciente foi da sua família. 14% das vítimas eram totalmente conscientes e com  capacidade para responder em tribunal, se necessário.. 
E refugiam-se na Alemanha, onde, após uma longa e profunda discussão pública,  o parlamento proibiu o suicídio assistido e criminalizou o comércio com a eutanásia.


Luís Gonçalves

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Sinais dos Tempos: Turismo Inclusivo



Receber cartas  para reservar um quarto para a família, um quarto “couriers” para  o “chauffeur”  e outro para a “Nanny e” “Infants” para a época estival, durante dois ou três meses era uma rotina a que os hotéis de maior renome localizados em zonas balneares se habituavam logo a partir de  Janeiro de cada ano.
Mudanças radicais desde então se sucederam.  Tanto a nível da procura como da oferta, não sendo para mim claro se a oferta se adaptou à procura ou vice-versa.  
Ainda hoje a oferta hoteleira se concentra nas zonas de praia e nas principais cidades, mas até há cerca de 20 e tal  anos as regiões do interior do país não tinham grande expressão nas estatísticas de turismo.
De então para cá cadeias internacionais se implantaram também em vilas  localizadas fora  do litoral, munidas de potentes ferramentas de marketing e técnicas de gestão.
Eden no Monte Estoril


A globalização e acessibilidade que as novas tecnologias favoreceram,  encarregaram-se da divulgação do património histórico, cultural e étnico de recantos remotos até há pouco conhecidos só por alguns, dando-lhes importância na oferta turística local. E, como resposta, o surgimento de um segmento de mercado turístico que busca a autenticidade, o paisagismo, a natureza, os usos e costumes  locais, as tradições, a gastronomia,  nos mais belos e autênticos recantos de Portugal.
A lei portuguesa proporcionou o aparecimento de novas fórmulas de alojamento para dar resposta a essa procura. E com ela, o desenvolvimento de uma economia local que terá de ser inclusiva.
As Autarquias Locais são chamadas a garantir a sustentabilidade económica aproveitando a característica inclusiva do Turismo:
- Ser agente facilitador das dinâmicas, divulgador das tradições, coordenador da economia inclusiva, como, por exemplo, contratualizar com proprietários de terrenos com aptidão agrícola, promover a aptidão agrícola dos terrenos que a própria autarquia possui, sensibilizar as populações locais para encontrar a sua própria sustentabilidade constituindo-se em pequenas sociedades, em cooperativas ou em grupos exploradores de hortas comunitárias, por forma a que seja mantida a produção local e  os produtos autóctones sejam consumidos e comercializados na localidade.

- Intervir junto dos organismos competentes para  que subsídios de desemprego atribuídos a pessoas capazes sejam  substituídos por subsídios para “start ups” de cariz local para a promoção,  manutenção e rendibilidade dos usos e costumes, como artesanato, folclore, agronomia.
- Intervir junto dos organismos competentes para a atribuição de benefícios fiscais para quem produz e comercializa e para quem  compra produtos autóctones.
- Promover a formação de toda a população para que cada um seja um verdadeiro guia de turismo local, um conhecedor do património da sua região, um convicto promotor do local onde habita e um perfeito educador ambiental.

O sucesso do Turismo nos meios mais pequenos não será comprometido, desde que o Turismo seja visto e tratado como uma oportunidade de desenvolvimento de uma economia criativa e inclusiva.



domingo, 31 de janeiro de 2016

Coitado do agente poluente

https://youtu.be/JBC_t8I1ROA

O homem é que é o agente poluente? É ele que emite gazes com efeito de estufa? Gás metano, talvez?
Incongruências.: Estamos todos de acordo que o mundo tem de encontrar soluções para combater o desemprego. Todos concordamos que nos próximos anos serão suprimidos cerca de 5 milhões de postos de trabalho. No entanto, a ditadura da tecnologia exerce cada vez mais pressão, especialmente sobre os trabalhadores sem curso superior, dando origem à informalidade económica, ao desemprego, ao desespero.



Chegou à Holanda um autocarro elétrico que não tem condutor

(cv )True Form / YouTube

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Um autocarro elétrico, sem motorista, fez a sua primeira viagem de teste esta quinta-feira na cidade holandesa de Wageningen.
O autocarro, chamado de WePod, transportou pela primeira vez um grupo de passageiros numa curta viagem de 200 metros.
Este autocarro ecológico faz parte de uma nova frota que será lançada nos próximos anos para transportar passageiros pela região.
“Este avanço é um marco. (…) Um veículo sem motorista nunca tinha circulado em rodovias públicas”, afirmou o o diretor-técnico do projeto, Jan Willem.
São vários os testes que têm sido feitos pela indústria automóvel para chegar aos chamados veículos autónomos, desde a empresa Tesla à Google.
O projeto custou cerca de 3,3 milhões de dólares mas o investimento não fica por aqui. Em abril, o país vai começar a testar camiões sem motoristas no porto de Roterdão, que também já tem comboios sem condutor.


A última conversa que presenciei neste domingo foi sobre como alguns países estão a lidar com a inteligência artificial e a robótica.
“As empresas querem-na para serem cada vez mais eficientes e rentáveis. Os governos cobram cada vez mais e maiores impostos às empresas.
 Os governos aconselham as pessoas a procurarem aprender o tradicional, artes, escrever, cultivar, pequenos trabalhos domésticos, trabalhos culturais etc., de forma a que possam auto-sustentar-se. Os governos asseguram a comparticipação a quem precisar com esses altos impostos que cobram às empresas.” Como será brevemente no nosso país?
Trata-se de um círculo que não pára.

Fonte: ZAP / EcoD  
DEIXEM-ME MAS É DORMIR, fechar os olhos para não ver o rumo que o mundo está a tomar.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O preço da tecnologia



A protecção do ambiente constitui  um dos grandes desafios para a geração actual, ao qual nenhum sector de actividade parece ficar indiferente. E em hotelaria isso não é excepção.
As mudanças de comportamento nas nossas acções elevaram-nos para o patamar da sustentabilidade – palavra muito usada hoje em dia tendo-se até conquistado correntes turísticas que preferem destinos de férias e equipamentos turísticos que adoptem as boas práticas da sustentabilidade global.
Pràticamente todos os sectores da nossa economia modernizaram-se com hardware e software de gestão “avant-garde” que garante o mais alto grau de eficácia na gestão de equipamentos, de recursos humanos, de relações com os clientes e, mesmo de marketing. Nada mais adequado: para uma sociedade cujos contactos de trabalho,  relacionamentos, as amizades e os amores são virtuais, também soluções de marketing virtual fazem parte da sua vida.
Há mesmo aplicações, segundo me disseram, que medem o impacto que a  permanência de um hóspede  tem no ambiente. E tenta sensibilizar o cliente para os desperdícios desnecessários e para um comportamento responsável.
Quando há 30 anos já era possível o pedido da mesa ser impresso na cozinha, estávamos no início da revolução. Hoje, o cliente pode sentar-se à mesa, abrir o cardápio do restaurante no seu “Iphone” e fazer a encomenda, comer, pagar e sair: é uma facilidade que alguns restaurantes, especialmente os de clientela repetida oferecem.
Que formação devemos dar aos empregados de mesa? A de saber organizar, sugerir, vender, servir e fidelizar, ou a de  manusear o dispositivo informático, desencravar  e “desenrascar”  os mais  “nabos”, como eu?
Existem já robots com figuras humanas que executam tarefas até aqui desempenhadas por profissionais de hotelaria.



“Três horas chegam para se construir uma casa. A novidade surgiu na China, pela empresa ZhuoDa.  Esta acaba de demonstrar que se podem usar impressoras 3D para a construção dos modelos.
As casas podem ter até dois pisos e durar mais de 150 anos. Os materiais usados não foram ainda revelados. Sabe-se apenas que provêm de resíduos agrícolas e industriais. Porém, a empresa garante que as casas são tão seguras e cómodas como as outras.”

O que vão fazer as pessoas? Que implicações sociais tem o desenvolvimento? Por cada 100 empregos abolidos pela tecnologia, é criado um emprego noutras áreas.

Se o que observo está certo, existe preocupação ambiental porque esta origina melhores resultados económicos. Lâmpadas de menor consumo,  aproveitamento da água das chuvas, produção de energia térmica, dísticos para não colocarem as toalhas no chão nem limpar os sapatos com elas, etc.,  são alguns dos muitos exemplos de medidas que simultaneamente apelam à redução de bens finitos como também melhora os resultados da operação de uma unidade económica.
Um  cliente que prefere destinos com práticas sustentáveis (económica, ambiental, social),  não aceitará visitar um país onde não há liberdade de expressão, de tolerância religiosa, onde há intolerância sexual, intolerância de indumentária, onde há repressão e exploração infantil, prostituição, etc., nem escolherá um empreendimento para ficar onde os trabalhadores se mostram tristes porque são mal pagos, fazem permanentemente horários excessivamente longos.
Em Julho vai abrir  um hotel no Japão onde os hóspedes são recebidos, interagem verbalmente e são acompanhados por 10 Robots que entre outras tarefas, lhes prestam informações, limpam os quartos e todos os espaços do hotel. Segundo o investidor, dentro de alguns anos, 90% da tarefas serão executadas por robots. 

A questão fundamental é: o robôt que presta serviço ao hóspede é uma solução para manter o bom humor do cliente: quando se chateia, em vez de conter a sua raiva olha para o lado, não vê o robot-coordenador nem um humano, dá um pontapé nas “partes baixas” tenha ele cara de homem ou de mulher e pronto; de seguida toma um prolongado banho de imersão e Ok; “porreirinho da silva”.

Um dia, quando o mercado estiver saturado de alta tecnologia, os cofres dos estados esgotados pelo aumento exponencial do desemprego e consequente redução de contribuições,  e os hotéis sem clientes porque a evolução tecnológica suprimiu mais de 50% dos empregos mundiais, não quero estar cá para assistir à grande depressão e ao início do fim de uma civilização.


El Henn-na Hotel estará atendido por 10 robots humanoides para recibir al huesped, transportar el equipaje y limpiar las habitaciones. Con apariencia de una joven japonesa, imitan los gestos de las personas, miran a los ojos y saben cómo responder al lenguaje corporal y al tono de voz. También contará con la presencia de 10 personas entre su personal de servicio.”
“En declaraciones a The Telegraph, el presidente del hotel asegura que en el futuro esperan poder ampliar la plantilla y tener la cantidad suficiente de robots para que realicen el 90% de los servicios del hotel y así poder “hacer el hotel más eficiente del mundo”. Aunque a muchas personas les atraiga la idea de ser atendidos exclusivamente por un robot, el hotel también contará con la presencia de 10 personas entre su personal de servicio.

(In noticia en 20 minutos,es)

domingo, 10 de janeiro de 2016

Comer uma francesinha no Porto e

...passear sob o luar do Sena


Acordar em Portimão do sonho com uma suculenta francesinha cheia daquele molho que para mim já é violento, na margem do Rio Douro e realizar o sonho, bastando para isso apanhar o próximo comboio, é um sonho.
Poderia até fazer um intervalo e esperar pelo próximo comboio na Funcheira para comer um snack e um refresco, fazer outro intervalo na Gare do Oriente para visitar o centro comercial, e de seguida embarcar para a Campanhã ou São Bento, tanto faz, ir à Boavista e comer a tal francesinha considerada um dos 10 dos melhores sabores locais da Europa, de acordo com o site The Culture Trip.

Depois, lá para o fim da tarde regressaria pelo mesmo meio ao meu local de residência ou ficar lá uma noite. E daí a dois ou três dias faria a mesma coisa em destinos diferentes.
Mas não posso, não trabalho nem tenho nenhum familiar a trabalhar na CP (Comboios de Portugal).
“… a Comboios de Portugal (CP) concede, a partir de 1.01.2016, o acesso gratuito às viagens de comboio dos trabalhadores no activo, cônjuges e filhos (até 25 anos) e aos trabalhadores reformados. Atendendo aos bons ordenados dos trabalhadores da CP em relação a outros trabalhadores portugueses, torna-se questionável tal medida (natural para eles mas não para a família), dado quem paga a gratuitidade das viagens dos familiares dos trabalhadores da CP serem os contribuintes e os outros clientes da CP que têm de comprar os bilhetes mais caros”.
A preguiça tomou conta de mim e voltei a adormecer e a sonhar.
Veio à mente o romance, um passeio ao luar reflectido no Sena, descansar do passeio nos degraus do Sacré Coeur, no dia seguinte apreciar as vistas deslumbrantes da Torre Eiffel…, mas como Paris tem isso e muito mais para oferecer, não recusei uma massagem no “Le Spa My Blend by Clarins du Royal Monceau-Raffless”, perto dos Champs Elysées.


A capital francesa é celebrada como a “Cidade do Amor” faz-nos sonhar, mas depressa acordamos para a realidade; não trabalho nem tenho nenhum familiar a trabalhar na TAP.
Não sou contra as facilidades, desde que as empresas sejam rentáveis. Não sei se os funcionários da TAP têm as mesmas regalias que tinham há anos (exagerando um bocadinho, “vou tomar um café a Londres e já volto”).
Se os futuros donos da TAP  quiserem dar essas e outras vantagens aos seus funcionários, ninguém tem nada a ver com isso, desde que não venha pedir dinheiro ao Estado.
Citando o texto de António Justo no blogue  “Notas do Tempo”: Seguindo a mesma lógica, os empregados bancários e familiares não precisariam de pagar juros, os professores e empregados do Estado deveriam ser isentos de impostos, etc. O mesmo desperdício e irresponsabilidade se encontra no que toca à utilização das viaturas do estado muitas vezes utilizadas privadamente. Menos partidária seria uma medida em que as viagens de alunos e estudantes fossem gratuitas. Isto fomenta a realidade de que o Estado e suas instituições de parceria se tornam, para muitos, numa vaca leiteira.
Luís Gonçalves