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domingo, 28 de abril de 2019

As cores do dia de um trabalhador de hotelaria



São constantes as lamentações de empresários e de gestores hoteleiros da escassez de mão-de-obra para garantirem os serviços que aos empreendimentos turísticos, hoteleiros e de restauração compete prestar aos hóspedes e clientes.
Quanto a isso, começo por não concordar com o vocábulo “mão-de-obra” que sugere alguma falta de consideração pelo valor dos Recursos Humanos.
Afirmam alguns de já não se encontrarem disponiveis recursos humanos qualificados; muitos se queixam já da dificuldade de encontrarem, até, pessoas semqualificação para trabalhar no sector.

Se dividíssemos o dia em 3 partes iguais, cada uma com a sua cor, teríamos: vermelha para o sono,  azul para o trabalho e  verde para o lazer, convivência em sociedade,  e  afazeres particulares. 

Mesmo noutras áreas de actividade, estas cores deixaram de ser um guião para a felicidade humana a troco de um telemóvel, de um computador, de um automóvel. As pessoas deixaram de ter tempo para usufruírem a vida, passando a estar permanente ligadas através das modernas tecnologias.
As cores do dia misturam-se. Ficam castanhas, escuras, deprimentes.

A hotelaria está cada vez mais desumanizada devido ao uso excessivo das tecnologias, tendo sido criados modelos que retiram a clientes a capacidade de se consciencializarem de  que as coisas não aparecem feitas automaticamente, bastando carregar num botão, que há uma  intensa intervenção humana.

Quem trabalha em hotelaria tem que estar ciente de que é uma actividade de imprevistos, de picos de afluência de clientela e, que por isso, o seu contributo pode ser requerido após a duração normal do período laboral, para a satisfação dos dlientes e consequente êxito da exploração. Um empregado de hotelaria sabe que não tem um emprego nine-to-five
Mas percepcionamos, especialmente na área de restauração, uma quase ausência de gestão e uma desorganizada politica de recursos humanos, e um menosprezo pelo  direito à vida pessoal para além de trabalhar e de dormir. Em muitos estabelecimentos os “picos” deixam de ser um aumento ocasional da carga de trabalho,  passam a uma afluência  normal do dia-a-dia para a qual uma equipa preparada para 50 presta diariamente serviço a 100, fora-de-horas, sem direito a retribuição extra e, na maior parte das vezes, com direito ao descanso apenas no dia do encerramento semanal do estabelecimento.
http://www.casinhasconstancia.com

Esta prática desencoraja qualquer um a trabalhar no sector, que deveria ser prestigiante e uma oportunidade para produzir e absorver cultura, e de estabelecer relações sociais saudáveis. A forma como o trabalho é organizado expressa os valores da sociedade a que pertencemos.
A minha homenagem a quem faz aquilo de que gosta, e disso tira proveito para a sua formação e conhecimento. Porque hotelaria é mesmo para quem gosta. E para que os funcionários trabalhem com gosto, têm de ter reconhecimento moral, financeiro, económico, social e emocional.



domingo, 18 de junho de 2017

ETC – Ética, Turismo e Cidadania

Ou Ética e Cidadania para o Turismo pode muito bem vir a ser uma disciplina a leccionar a partir do 5º Ano Unificado.
Nunca é tarde demais, mas já não é cedo para alertar consciências de que o nosso comportamento como cidadãos, empresários, turistas, perante o Ambiente, dita a sustentabilidade ou o insucesso do desenvolvimento económico e social através do Turismo, da região onde habitamos.
“Do parapente à caminhada, passando pela espeleologia, escalada, passeios de BTT, birdwatching, canoagem, mergulho, surf, muitas são as actividades que actualmente estão ao dispor do público em geral, seja no ar, na terra ou na água.” Segundo o Instituto para a Conservação da Natureza, é responsabilidade inalienável de todos os praticantes de actividades de ar livre o respeito pela natureza, biodiversidade, património cultural e populações locais.
O que vemos em algumas esplanadas são beatas no chão, mesmo existindo cinzeiros em cima das mesas. O que vemos nas bermas das nossas estradas, dos caminhos e trilhos, no percurso de algumas rotas são garrafas vazias de plástico, garrafões, sacos, papeis, lixo; sinalética deteriorada ou ilegível; tudo isto demonstra uma autêntica ausência de ética, de cidadania, um ataque ao ambiente, e um total desrespeito pela segurança e bem-estar das pessoas.




Do fundo do mar e das nossas praias  são retiradas anualmente toneladas de  lixo e de produtos contaminantes da fauna marinha.

Do outro lado encontramos traçados de rotas sem qualquer segurança para cicloturistas, pedestrianistas, automobilistas.
O substancial aumento de turistas e visitantes, porque “Portugal é IN” devido sobretudo a transportes baratos, insegurança noutros países, parece ter despertado a ganância desmedida de vender, por exemplo, 25 cl de água por 2 Euros em alguns cafés, restaurantes, esplanadas. Depois, quando vier a pacificação (espero que por meios pacíficos), lamentamos a nossa má-sorte no funeral da "galinha dos ovos d'oiro".
Hábitos de consumo e de comercialização terão de mudar. Por maiores compromissos que Tratados prevejam, e boas vontades neles se professe, de nada vale se não começarmos por respeitar e exigir o respeito pelo Código de Ética Mundial para o Turismo. Talvez começar por proibir o consumo e venda de bebidas em embalagens descartáveis. O comprador ou traz cantil ou adquire a preços de descarte proibitivo um recipiente reutilizável no estabelecimento onde adquirir a bebida.
Em comunhão com a Natureza